Colheira de soja no Mato Grosso: no início do plantio da safra 2012/13, no fim do ano passado, faltaram chuvas no Centro-Oeste, o que atrasou todo o calendário agrícola da região (Paulo Fridman/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 19 de agosto de 2013 às 17h48.
São Paulo - Faltando menos de um mês para o início oficial do plantio de soja nas principais regiões produtoras do país, as previsões climáticas para o Centro-Oeste --maior região de cultivo da oleaginosa no Brasil-- indicam chuvas irregulares que podem atrasar os trabalhos, alertou nesta segunda-feira a Somar Meteorologia.
"As chuvas até retornam ao Mato Grosso agora no mês de setembro, todavia, mesmo com o seu retorno e até mesmo em bons volumes, não há garantia de que haja uma continuidade dessas chuvas, ao ponto de favorecer o plantio", disse o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, em um boletim.
No início do plantio da safra 2012/13, no fim do ano passado, faltaram chuvas no Centro-Oeste, o que atrasou todo o calendário agrícola da região.
"Poderão ocorrer chuvas intercaladas por longos períodos de estiagem, afetando as áreas plantadas. As chuvas só deverão se normalizar na segunda quinzena de outubro", disse a Somar, referindo-se ao Centro-Oeste.
Para os meteorologistas, uma "luz amarela acaba de se acender" para as áreas de soja no Nordeste, como o oeste da Bahia, com a possibilidade de uma segunda temporada consecutiva de chuvas abaixo da média, colocando em risco as produtividades.
O risco climático no Nordeste é atribuído a um aquecimento das águas do oceano Pacífico, apesar de não estar caracterizado um retorno do fenômeno El Niño.
Para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, alguns modelos climáticos indicam chuvas acima da média no verão, disse a Somar.
"Se há chuvas acima da média no Sul haverá chuvas abaixo da média no Nordeste nessa próxima safra", disse Santos, na nota.
Apenas o Paraná deverá ter boas condições de cultivo, repetindo condições favoráveis da safra 2012/13, segundo a Somar.
"As frentes (frias) ficarão muitas vezes 'presas' na região Sul e uma ou outra frente poderá 'escapar' e com isso levar chuvas à região central do Brasil", explicou.
Produtores em Mato Grosso, Paraná e Mato Grosso do Sul podem plantar soja a partir de 15 de setembro, quando termina o chamado vazio sanitário --período em que os agricultores são proibidos de cultivar a oleaginosa, num esforço para tentar evitar a perpetuação de doenças nas plantações, como a ferrugem.