Economia

Chuvas ajudam cafezais, mas alívio definitivo é incerto

Segundo Somar Meteorologia, para evitar maiores perdas na safra do maior produtor global do grão serão necessárias precipitações volumosas até o fim no mês

Plantação de café é irrigada em uma fazenda em Santo Antônio do Jardim (Paulo Whitaker/Reuters)

Plantação de café é irrigada em uma fazenda em Santo Antônio do Jardim (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 14h57.

São Paulo - As chuvas começaram a chegar às áreas de café do Brasil e deverão somar volumes importantes na principal região cafeeira nos próximos dias, mas para evitar maiores perdas na safra do maior produtor global do grão serão necessárias precipitações volumosas até o fim no mês.

A avaliação é da Somar Meteorologia, que prevê cerca de 50 milímetros de chuvas até o meio da próxima semana em algumas áreas de Minas Gerais, principal Estado produtor de café do Brasil, onde as lavouras sofreram em janeiro com um verão atipicamente seco e temperaturas acima da média.

"Essas chuvas já vão dar uma ajuda, mas não refrescam tanto, dá uma condição bem melhor para o que vinha ocorrendo. Mas precisa que volte a chover com mais intensidade até o final de fevereiro, porque senão as perdas começam a ficar bastante altas no café", afirmou o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos.

Os contratos futuros do café arábica operavam em baixa em Nova York, com notícias de chuvas no Brasil. Por volta 14h45 (horário de Brasília) o contrato para entrega em maio recuava 1,30 por cento, a 1,4010 dólar por libra-peso.

Segundo o especialista, as chuvas nos próximos dias deverão ser generalizadas. "Mas se abrir o tempo depois não servirão para nada", completou.

Chuvas de cerca de 50 milímetros, segundo o meteorologista da Somar, permitem que o cafezal suporte somente mais uma semana sem umidade, especialmente após um janeiro quente e seco, que ressecou a terra.

"Se estivéssemos falando em 100 milímetros, tudo bem, mas como estamos falando em 50...", disse.

Algumas perdas nos cafezais já foram registradas independentemente do retorno das chuvas, na avaliação da maior cooperativa de café do mundo, a Cooxupé, que apontou na quinta-feira prejuízo de 30 por cento ante a produção esperada.

Com a falta de chuva em janeiro, parcela dos grãos de café secou, resultando em perda irreversível, segundo avaliação da Cooxupé. Outros estão menores do que o normal, o que exige uma quantidade maior de frutos para encher uma saca de 60 kg.

"Essas chuvas voltam a propiciar o maior desenvolvimento desses grãos de café, mas o que vai mandar mesmo, se as perdas vão ser pequenas ou grandes, vão ser as chuvas nos próximos 15 dias", disse Santos.

Segundo ele, depois das chuvas da próxima semana, é possível que as precipitações voltem de forma mais pontual, o que pode resultar em perdas nas áreas que não receberem umidade.

"Tem que esperar os próximos dez dias, ver o volume de chuvas e onde vão cair... A tensão ainda continua, não dá pra dizer que está tranquilo, ainda se mantém a luz amarela, vai depender muito de como será a chuva nos próximos dias" completou.

A boa notícia é que as temperaturas nas próximas semanas não serão tão altas como em janeiro, segundo a Somar.

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