Bandeira do Chipre é vista durante protesto: entre as contrapartidas à ajuda internacional está alcançar um superávit de 1,2% em 2016, algo que o governo cipriota crê que seja irrealizável (REUTERS/Yannis Behrakis)
Da Redação
Publicado em 1 de abril de 2013 às 13h22.
Nicósia - O Governo cipriota realiza intensas consultas internas a fim de chegar a um acordo na próxima quinta-feira com a troika internacional sobre o resgate, informou nesta segunda-feira o porta-voz do Executivo, Jristos Stylianidis.
A fonte explicou que o Governo realiza reuniões constantes e a todos os níveis para conversar sobre os últimos detalhes do memorando com a troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).
Além de uma reunião extraordinária do gabinete de ministros realizada nesta manhã, estão previstos encontros com os líderes dos partidos políticos e com os grupos negociadores.
"Na próxima quinta-feira, haverá um encontro com o grupo de trabalho do Eurogrupo e até lá, tudo tem que estar completo", disse o porta-voz.
Na reta final das negociações, ainda faltam resolver detalhes em diferentes âmbitos, entre eles no setor bancário, energético, nas finanças públicas, em questões relacionadas com medidas de ajuste econômico e no setor público.
Alguns meios de imprensa cipriotas filtraram um minuta do memorando de condições que o Chipre deve cumprir em troca de obter o resgate de 10 bilhões de euros.
Entre os objetivos gerais está alcançar um superávit de 1,2% em 2016, algo que, segundo reconheceu Stylianidis, o Governo cipriota crê que seja irrealizável.
Segundo o porta-voz, a troika cedeu neste ponto e aceitou a possibilidade de um superávit orçamentário em 2017, apesar do Governo querer adiar este objetivo para 2018.
"Isso é algo que evitaria medidas estritas demais", disse Stylianidis.
Entre os pontos que figuram na minuta e que foram uma das condições impostas a priori pela troika, está o aumento do imposto de sociedades de 10% a 12,5% e o aumento do imposto sobre o valor agregado (IVA), de 17 % a 18% neste mesmo ano, e 19% no próximo.
Além disso, figura o compromisso de privatizar uma série de empresas públicas e semipúblicas, entre elas a companhia elétrica, a telefônica e a gestão de portos.
Parte das medidas incluídas já foram aprovadas pelo Parlamento em dezembro.
Independentemente do memorando, o Governo de Nicos Anastasiades se propôs a antecipar um programa urgente de reativação econômica, com vantagens fiscais para os investidores estrangeiros e isenções para as empresas que invistam seus lucros. EFE