Cipriotas aguardam na fila para utilizar caixa automático em Nicósia: até o momento não foram divulgados detalhes sobre a constituição do fundo (Hasan Mroue/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2013 às 11h18.
Nicosia - As autoridades cipriotas descartaram nesta quinta-feira um impopular imposto sobre os depósitos bancários, informaram várias fontes, e decidiram criar um fundo de investimentos, como parte do plano internacional de resgate financeiro da ilha.
"Após uma proposta (do presidente Nicos Anastasiadis), se alcançou um consenso e se decidiu, por unanimidade, criar um fundo de investimentos de solidariedade", afirma em um comunicado o porta-voz do governo, Christos Stylianidis.
Outros líderes políticos afirmaram que foi completamente descartado taxar os depósitos bancários, como determinava o plano inicial.
"O assunto do imposto não estava sobre a mesa", declarou o presidente do Parlamento, Yiannakis Omirou.
"O confisco não está nem na margem das possibilidades examinadas", disse o líder do Partido Europeu, Dimitris Syllouris.
O porta-voz do governo disse que a proposta do fundo de investimentos estava sendo concluída pelos advogados do governo. Averof Neofitou, líder do partido governante de centro-direita DISY, afirmou que o texto deve ser examinado no Parlamento à tarde.
"Quero acreditar que encontraremos uma solução para evitar a falência deste país, e que seremos capazes de administrar isto", disse Neofitou.
Até o momento não foram divulgados detalhes sobre a constituição do fundo.
A imprensa informou mais cedo que o fundo seria alimentado com a nacionalização de fundos de pensão e com a emissão de dívida garantida pelos recursos futuros obtidos com as reservas de gás da ilha.
O jornal Phileleftheros destacou que isto permitiria arrecadar 3,5 bilhões de euros, dos 5,8 bilhões que a ilha deve aportar para receber o resgate de EUR 10 bilhões da UE e do Fundo Monetário Internacional.
O Chipre busca uma forma de concluir o aporte exigido pelos sócios, depois que o Parlamento rejeitou na terça-feira um plano que previa uma taxa excepcional de 6,75% sobre os depósitos de entre 20.000 e 100.000 euros, e de 9,9% para os depósitos acima deste valor.
O plano desta quinta-feira foi elaborado muito rapidamente, depois que o ministro das Finanças,Michalis Sarris, não conseguiu resultados em Moscou na renegociação de um empréstimo concedido pela Rússia em 2011.