Donald Trump: assinou um memorando em que ordenou a abertura de uma investigação sobre empresas chinesas (Mark Wilson/Getty Images)
EFE
Publicado em 15 de agosto de 2017 às 09h13.
Xangai - A China assegurou nesta terça-feira que não ficará quieta e tomará medidas para proteger os seus direitos se ficar comprovado que a decisão dos Estados Unidos de investigar as empresas do país prejudica as relações econômicas e comerciais bilaterais.
"A China não se renderá definitivamente e tomará todas as medidas apropriadas para proteger resolutamente os seus direitos e interesses legítimos", disse hoje o Ministério de Comércio da China através de um comunicado.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou ontem um memorando em que ordenou a abertura de uma investigação para determinar se as práticas da China em matéria de propriedade intelectual causam prejuízo às empresas americanas.
Em um ato na Casa Branca, no qual esteve acompanhado pelo secretário do Tesouro Steven Mnuchin e pelo Representante de Comércio Exterior Robert Lighthizer, Trump explicou que sua decisão tem como objetivo proteger "os direitos, patentes, marcas registradas, segredos comerciais e outras propriedades intelectuais".
Trump destacou que esses objetivos são extremamente importantes para a "prosperidade e a segurança" dos EUA e acrescentou que isto "é apenas o começo".
O Ministério de Comércio da China manifestou hoje sua "grande preocupação" por esta decisão e disse que espera "prudência" dos EUA na hora de colocá-la em prática, segundo o comunicado.
O governo da China já havia advertido ontem sobre uma possível "guerra comercial" com os EUA se Washington iniciasse essas investigações e a porta-voz de Relações Exteriores de Pequim, Hua Chunying, disse que os dois países "têm interesses inter-relacionados" e, por isso, "uma guerra comercial não tem futuro" e "o seu único resultado seria o prejuízo para todas as partes".
A decisão de Trump acontece em um momento no qual a Casa Branca busca a colaboração de Pequim para que utilize sua influência e convença a Coreia de Norte da necessidade de reduzir a recente escalada militar.
Nesse sentido, a porta-voz chinesa pediu aos Estados Unidos que não utilize o conflito na Coreia do Norte como arma para pressionar Pequim em questões comerciais.
"São assuntos totalmente diferentes, e não é apropriado usar um como ferramenta para pressionar o outro", afirmou Hua na segunda-feira.