China: o corte de juros começará a valer na sexta-feira (Feng Li/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2012 às 21h05.
Pequim - O Banco Central da China cortou as taxas de juros pela segunda vez em dois meses nesta quinta-feira, na tentativa mais recente de impulsionar o crescimento econômico da segunda maior economia do mundo.
A China anunciou o corte no momento em que o Banco da Inglaterra (banco central) lançou uma terceira rodada de estímulo monetário e o Banco Central Europeu (BCE) reduziu sua principal taxa de juros. Em todo o mundo, autoridades estão tentando combater o impacto da crise da dívida da zona do euro sobre a economia mundial.
A taxa básica de empréstimo da China será reduzida em 31 pontos-base, para 6 por cento, e as taxas de depósito serão reduzidas em 25 pontos-base, para 3 por cento, informou o Banco do Povo da China em comunicado em seu site.
Esse corte de juros começará a valer na sexta-feira. O banco central já tinha cortado as taxas de juros em 7 de junho.
Somando-se ao corte nas taxas de empréstimo e de depósito, o banco central tomou mais uma ação acerca da liberalização das taxas de juros, ao diminuir o piso para as taxas de empréstimo para 70 por cento da taxa básica de juros, ante 80 por cento anteriormente.
"O fato de que a China está atualmente cortando as taxas de empréstimos e de depósito é algo maior do que apenas reduzir o compulsório", disse o estrategista do GFT Global, David Morrison.
"Mas tem uma série de dados chineses a serem divulgados na próxima semana, então a questão é se isso é uma previsão de que os dados não serão tão bons como se esperava." A China irá divulgar dados na próxima semana sobre o segundo trimestre e o mês de junho.
Pesquisa da Reuters mostrou que os economistas preveem que os dados mostrarão que a economia da China expandiu no segundo trimestre 7,6 por cento ante o ano anterior, a performance mais fraca desde a crise financeira de 2008/09.
Isso representaria uma desaceleração frente aos 8,1 por cento do primeiro trimestre e o sexto trimestre seguido de desaceleração do crescimento.
A China reduziu o volume de dinheiro que os bancos têm que manter em reserva em três partes de 50 pontos-base desde novembro, liberando estimados 1,2 trilhão de iuans (190 bilhões de dólares) para novos empréstimos. O último corte foi em maio.
Pequim também acelerou projetos de investimento e apresentou novos incentivos para impulsionar os gastos dos consumidores em produtos com eficiência energética, mas evitou qualquer indicação até agora de uma repetição do pacote de gastos de 4 trilhões de iuans de 2009/10.