Economia

China se diz disposta a pagar por sanções contra Coreia do Norte

Conselho de Segurança da ONU impôs no sábado novas sanções à Coreia do Norte que podem reduzir em um terço as receitas do país com exportações

Wang Yi: "devido aos laços econômicos tradicionais da China com a Coreia do Norte, será principalmente a China quem pagará o preço pela implantação da resolução" (Getty Images/Reprodução)

Wang Yi: "devido aos laços econômicos tradicionais da China com a Coreia do Norte, será principalmente a China quem pagará o preço pela implantação da resolução" (Getty Images/Reprodução)

R

Reuters

Publicado em 8 de agosto de 2017 às 09h39.

Pequim - A China vai pagar o preço mais alto pelas novas sanções impostas pela da Organização das Nações Unidas (ONU) à Coreia do Norte por causa de seu relacionamento econômico próximo com o país, mas sempre aplicará as resoluções, disse o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi.

O Conselho de Segurança da ONU impôs no sábado novas sanções à Coreia do Norte, de forma unânime, que podem reduzir em um terço as receitas do país com exportações de 3 bilhões de dólares por ano.

Falando em um fórum de segurança regional em Manila na segunda-feira, Wang disse que a nova resolução mostrou a oposição de seu país e da comunidade internacional aos contínuos testes de mísseis de Pyongyang, anunciou a chancelaria em um comunicado nesta terça-feira.

"Devido aos laços econômicos tradicionais da China com a Coreia do Norte, será principalmente a China quem pagará o preço pela implantação da resolução", disse Wang, segundo o comunicado.

"Mas para proteger o sistema internacional de não-proliferação e a paz e a estabilidade regionais, a China vai como antes implementar plena, estrita e devidamente todos os conteúdos da relevante resolução."

Pequim vem repetindo que está comprometida a aplicar as resoluções cada vez mais rígidas da ONU contra a Coreia do Norte, embora também tenha dito que o comércio que classifica de "normal" e os norte-coreanos comuns não deveriam ser afetados.

As resoluções mais recentes da ONU proíbem as exportações norte-coreanas de carvão, ferro, minério de ferro, chumbo, minério de chumbo e frutos do mar, e também proíbem países de aumentarem o número atual de trabalhadores norte-coreanos atuando no exterior, novos empreendimentos conjuntos com a Coreia do Norte e qualquer novo investimento em empreendimentos conjuntos existentes.

Wang disse que, além das novas sanções, a resolução também deixou claro que o processo de conversas de seis partes, um mecanismo de diálogo com a Coreia do Norte atualmente emperrado que ainda inclui a Rússia e o Japão, deveria ser retomado.

Discursando no mesmo fórum na segunda-feira, o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, deixou uma porta aberta ao diálogo com a Coreia do Norte, dizendo que Washington está disposta a conversar com Pyongyang se o país interromper a recente série de testes de lançamentos de mísseis.

A Coreia do Norte disse que as sanções mais recentes violam sua soberania e que está pronta para ensinar uma "lição severa" a Washington com sua força nuclear estratégica em reação a qualquer ação militar dos EUA.

Acompanhe tudo sobre:ChinaCoreia do NorteDiplomaciaExportações

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto