Economia

China rejeita novo carregamento de soja brasileiro

A China rejeitou mais um carregamento de soja brasileiro, alegando contaminação por fungicidas. A carga de 61 mil toneladas seria desembarcada no porto de Zhangzhou, na Região Sul do país. A carga pertence à Cargill. Esta é a terceira vez que o país tem uma carga de soja rejeitada pelos chineses. O Ministério da Agricultura, […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h23.

A China rejeitou mais um carregamento de soja brasileiro, alegando contaminação por fungicidas. A carga de 61 mil toneladas seria desembarcada no porto de Zhangzhou, na Região Sul do país. A carga pertence à Cargill. Esta é a terceira vez que o país tem uma carga de soja rejeitada pelos chineses. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento enviou os secretários de Apoio Rural e Cooperativismo, Valdeniro Rocha, e de Defesa Agropecuária, Marçal Tadano, ao Rio Grande do Sul para apurar o que aconteceu e acompanhar o embarque do produto.

Conforme a assessoria do Ministério, os secretários desembarcarão em Porto Alegre nesta noite e, amanhã, chegarão ao porto de Rio Grande. Ontem (30/5), 22 fiscais já haviam partido para o Estado, a fim de aumentar o controle dos embarques. Oito deles atuarão no porto e os demais visitarão armazéns e cooperativas para verificar as condições de armazenamento da soja. Os secretários deverão retornar a Brasília na quarta-feira. Os técnicos não têm data marcada para a volta.

O Ministério também montou um grupo de trabalho para elaborar instrução normativa que discipline as condições de embarque de soja, como o grau de impureza aceita. Formado por representantes do governo, técnicos e pela iniciativa privada, espera-se que a minuta da instrução seja apresentada até quinta-feira. Para evitar problemas com países importadores, o grupo está avaliando também a legislação estrangeira.

Precedentes

O primeiro incidente ocorreu em Xiamen, sul da China, em abril. A carga partiu em março do Rio Grande do Sul, fornecida pelas empresas Cargill Agrícola, Irmãos Trevisan, Bianchini e Noble Grain. O governo chinês alegou que a mistura de grãos e sementes tratadas com produtos químicos contraria as normas de qualidade para soja importada. Após a notificação, o governo brasileiro aumentou a fiscalização das exportações. Na época, o Ministério da Agricultura afirmou que as sementes tratadas com produtos químicos destinam-se somente ao plantio e são impróprias para consumo humano. A segunda ocorrência foi no porto de Huangpu.

A China é o maior importador mundial de soja. No ano passado, o país absorveu 19% das exportações brasileiras do produto, ocupando a segunda posição no ranking de importadores do Brasil, pouco atrás dos Países Baixos (19,5%). As vendas externas de complexo de soja (grãos, farelo e óleo bruto) renderam 8,125 bilhões de dólares ao Brasil em 2003, correspondentes ao embarque de 35,978 milhões de toneladas.

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