Plantação de milho: rejeição de mais milho pela China, segundo país que mais consome o grão, pode pressionar ainda mais os preços globais (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2013 às 11h42.
Pequim - A China rejeitou mais de 600 mil toneladas de milho dos Estados Unidos desde meados de novembro, depois que testes mostraram a presença de uma variedade do cereal transgênico não autorizada, disse uma influente consultoria, colocando o volume de cargas rejeitadas em cerca de 30 por cento das importações deste ano.
A rejeição de mais milho pela China, segundo país que mais consome o grão, pode pressionar ainda mais os preços globais, que oscilam atualmente perto da mínima de três anos registrada no mês passado.
Dez carregamentos, equivalentes a cerca de 600 mil toneladas, representam um volume bem maior do que os seis carregamentos confirmado pelas autoridades de quarentena da China até a semana passada, disse a empresa JC Intelligence (JCI) em um relatório nesta quarta-feira.
Os EUA exigiram que a China seja ágil na aprovação da variedade transgênica MIR 162, desenvolvida pela Syngenta, com negociações de alto escalão entre os dois países agendada para ocorrer em Pequim nesta semana.
"As rejeições afetam bastante as importações. Se vai haver mais rejeições, depende das conversas desta semana", disse o analista chefe da JCI, Li Qiang.
Em uma mensagem a repórteres de agências de notícia, a agência estatal chinesa de quarentena negou-se a confirmar os números de cargas adicionais rejeitadas, dizendo que a situação em relação aos testes e rejeições estava mudando.
A China, que começou a importar volumes relevantes de milho nos últimos anos, deverá comprar um recorde de 7 milhões de toneladas no ano comercial até agosto de 2014, ante 2,7 milhões do ano anterior, disse o Departamento de Agricultura dos EUA.
Cerca de 2 milhões de toneladas de milho norte-americano estão a caminho da China em navios, e o país asiático já fechou a compra de mais 3 milhões de toneladas de milho dos EUA.
Li disse que cerca de 40 carregamentos já chegaram à China desde meados de novembro, mais da metade dos quais passaram nos testes.