Xi Jinping: novas contribuições da China para os Brics são pequenas diante da promessa de 124 bilhões de dólares feita em maio (Kenzaburo Fukuhara/Reuters)
Reuters
Publicado em 4 de setembro de 2017 às 09h32.
Última atualização em 4 de setembro de 2017 às 11h24.
Xiamen, China - A China dará 80 milhões de dólares em financiamentos para planos de cooperação dos Brics, disse o presidente chinês, Xi Jinping, nesta segunda-feira, enquanto o bloco de cinco países emergentes prometeu se opor ao protecionismo.
Xi ofereceu 500 milhões de iuanes (76,4 milhões de dólares) para um plano de cooperação econômica e tecnológica dos Brics e outros 4 milhões de dólares para projetos do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês) do grupo durante uma cúpula de três dias com seus líderes na cidade de Xiamen.
As novas contribuições da China para os Brics são pequenas diante da promessa de 124 bilhões de dólares feita em maio por Xi para a iniciativa "Belt and Road", que visa ampliar as conexões entre a Ásia, a África e a Europa como uma nova maneira de impulsionar o desenvolvimento global.
Xi disse durante uma sessão na cúpula dos líderes dos Brics que as cinco economias emergentes --Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul-- devem aumentar a cooperação em setores como comércio e investimento, política monetária e finanças, além de desenvolvimento sustentável.
"Devemos redobrar nossos esforços para aprofundar de forma abrangente as parcerias dos Brics e abrir a cooperação entre os Brics", disse ele.
Em discurso durante o encontro, o presidente Michel Temer disse que a área econômica é um espaço privilegiado para a atuação dos Brics, já tendo obtido "excelentes resultados".
Temer destacou, ainda, a relevância do NDB. "É preciso que o banco mantenha elevados padrões de governança e de transparência, como vem acontecendo. Isso é fundamental para que continuemos a ter, sempre, uma instituição sólida, que atenda às expectativas do Brics e do mundo", afirmou Temer, de acordo com o Portal do Planalto.
Os líderes dos Brics vão se reunir em Xiamen até terça-feira, dando à China mais uma chance de se posicionar como um dos principais agentes da globalização diante da agenda "América Primeiro" do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O esboço da "Declaração de Xiamen" visto pela Reuters, uma versão formal que deve ser divulgada mais tarde, mostra que os países dos Brics continuarão a se opor com firmeza ao protecionismo uma vez que estão comprometidos com um sistema comercial multilateral "aberto e inclusivo".
O comunicado enfatiza a necessidade de ser vigilante na proteção contra políticas que olham para si mesmo e que podem afetar a confiança do mercado global, e convoca todos os países para implementarem completamente o acordo climático de Paris.