Agência
Publicado em 7 de fevereiro de 2025 às 15h16.
As novas tarifas de importação da China sobre petróleo bruto e gás natural liquefeito (GNL) provenientes dos Estados Unidos terão um impacto limitado em seu mercado interno, devido ao excesso de oferta global e à estrutura diversificada de importação do país asiático, afirmam especialistas do setor.
No entanto, as exportações de energia dos EUA para a China devem diminuir, já que os fornecedores buscarão destinos alternativos, disseram os especialistas ao Yicai, acrescentando que as tarifas também aumentarão diretamente os custos de importação.
A China começou a importar GNL dos Estados Unidos em 2016, com um volume de 4,16 milhões de toneladas no ano passado, representando 5,4% do total importado e apenas 1,3% do suprimento total de gás do país, segundo dados alfandegários.
Com base nos preços de importação do último ano, os custos do GNL poderiam subir em 600 yuans (US$ 83,50) por tonelada, segundo Feng Haicheng, analista sênior da plataforma de pesquisa de mercado de commodities SCI99. No entanto, como o GNL dos EUA representa uma pequena parcela das importações da China, aumentos tarifários anteriores tiveram impacto insignificante no mercado de gás natural, acrescentou.
“As tarifas enfraquecerão a competitividade do GNL dos EUA no mercado chinês, o que provavelmente levará a uma redução nas importações deste ano”, afirmou Huang Qing, diretor-geral e diretor de informações da consultoria CEthinktank, especializada no setor de gás natural. “Os compradores chineses com contratos de longo prazo podem redirecionar os embarques para outras regiões.”
Algumas empresas chinesas já avaliam o impacto das tarifas e podem aumentar a revenda de recursos dos EUA para a Europa, onde a demanda é elevada, enquanto adquirem gás no mercado internacional à vista. Esse cenário pode elevar a frequência das transações de GNL, observou Huang.
“Os importadores chineses sofrerão um impacto relativamente pequeno com as tensões comerciais, mas seu interesse em novos contratos de longo prazo com os EUA pode diminuir”, disse Huang, acrescentando que os contratos atuais e futuros entre os dois países somam 25,56 milhões de toneladas por ano.
“As tensões comerciais contínuas entre China e EUA podem afetar a demanda global por petróleo, mantendo a pressão sobre os preços”, afirmou Xi Jiarui, analista sênior de mercado da JLC Network Technology.
No dia 4 de fevereiro, a Comissão de Tarifas Aduaneiras da China anunciou a aplicação de tarifas retaliatórias sobre determinados produtos dos EUA a partir de 10 de fevereiro, incluindo 10% sobre o petróleo bruto e 15% sobre carvão e GNL, em resposta à ordem executiva do presidente Donald Trump, que impôs uma tarifa de 10% sobre importações chinesas.
Durante o primeiro mandato de Trump, a China impôs uma tarifa de 25% sobre o GNL dos EUA em junho de 2019, após suspender as importações em março do mesmo ano, concedendo isenções gradualmente a partir de fevereiro de 2020. Segundo dados oficiais, a medida teve impacto mínimo no mercado de gás natural chinês.
Tradução: Mei Zhen Li
Fonte: Yicai Global