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Da Redação
Publicado em 28 de março de 2012 às 14h40.
São Paulo - A proposta de criação de um banco dos BRICs foi o tema central da reunião realizada nesta quarta-feira entre ministros de comércio exterior do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
No encontro, o ministro brasileiro Fernando Pimentel apoiou a formação de um banco conjunto de desenvolvimento, que ajudaria a fortalecer o grupo e fomentar as relações comerciais entre os países.
“Todos os ministros foram bem receptivos à ideia, mas Pimentel e Anand Sharma [ministro da Índia] falaram com bastante entusiasmo da proposta”, diz Leonardo Ananda Gomes, diretor vice-presidente da Câmara de Comércio Índia Brasil, que acompanhou a reunião em Nova Délhi. Também participaram do encontro delegações de empresários de diversos países.
O ministro chinês Chen Deming também foi otimista ao discutir a proposta, segundo Gomes. Ele destacou que o fortalecimento dos BRICs pode desempenhar um papel importante em ajudar a Europa e os Estados Unidos a se recuperarem da crise.
“O papel de um banco supranacional sem dúvida nenhuma é muito relevante”, diz Mauro Rochlin, professor do Ibmec. A instituição poderia ajudar a fomentar o desenvolvimento dos países do grupo, que possuem reservas externas substanciais em dólares.
A expectativa é de que a cúpula resulte na assinatura de um acordo para estudar a criação do bloco. Fontes oficiais destacam que a proposta ainda é “embrionária” e ainda será necessário definir aspectos como a participação de cada país no banco e de onde virão os recursos.
Nos bastidores se discute se um banco dos BRICs sairia mesmo do papel. “Alguns acham que o banco não seria interessante para o Brasil, que seria um sócio pequeno em comparação com a China”, afirma Rakesh Vaidyanathan, executivo da Jai Group.
A cúpula dos BRICs começa nesta noite, com um jantar oficial de abertura que reúne autoridades dos cinco países do bloco, incluindo a presidente do Brasil, Dilma Rousseff.