Economia

China diz a bancos estatais para reforçar intervenção cambial

Representantes do alto escalão do governo também consideram o uso de ferramentas como a redução dos requisitos de reservas cambiais dos bancos para evitar uma rápida depreciação da moeda

China: A chamada fixação, que limita as oscilações do yuan onshore em 2% de cada lado diariamente e é a ferramenta favorita do PBOC (Bloomberg/Bloomberg)

China: A chamada fixação, que limita as oscilações do yuan onshore em 2% de cada lado diariamente e é a ferramenta favorita do PBOC (Bloomberg/Bloomberg)

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Agência de notícias

Publicado em 17 de agosto de 2023 às 14h49.

Autoridades chinesas disseram aos bancos estatais para intensificar a intervenção no mercado de câmbio nesta semana, em um esforço para evitar uma maior volatilidade do yuan, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

Representantes do alto escalão do governo também consideram o uso de ferramentas como a redução dos requisitos de reservas cambiais dos bancos para evitar uma rápida depreciação da moeda, disseram as pessoas. O pedido coincidiu com a queda do yuan para 7,35 por dólar, um nível ao qual a alta liderança tem prestado muita atenção, acrescentaram.

As autoridades também investigam se empresas domésticas ajudaram a acelerar as quedas do yuan ao conduzir apostas especulativas contra a moeda, segundo as pessoas, que pediram para não serem identificadas.

Um clima de pessimismo dominou os mercados da China esta semana, embora o governo de Pequim tenha tentado reforçar a confiança com um corte surpreendente dos juros, uma série de taxas de referência diárias mais fortes do que o esperado para o yuan e grandes injeções de capital de curto prazo para o sistema financeiro. Apesar dessas medidas, o yuan onshore vai em direção ao seu nível mais fraco desde 2007, enquanto um importante índice acionário em Hong Kong está próximo do “bear market”.

A China impedirá resolutamente o ajuste excessivo do yuan, disse o Banco Popular da China (PBOC) em seu relatório de política monetária. O mercado de câmbio está atualmente em linha com os fundamentos, afirmou.

As autoridades chinesas têm as ferramentas certas, a experiência e a confiança para manter o “funcionamento ordenado do mercado de câmbio”, de acordo com o banco central.

O PBOC não respondeu de imediato a um fax com pedido de comentários sobre a intervenção no yuan.

“Embora as autoridades tentem orientar uma fixação mais forte do yuan, as forças do mercado ainda dominam”, disse Janet Mui, chefe de análise de mercado da RBC Brewin Dolphin. “Parece que o PBOC aceita uma depreciação gradual do yuan. Mas vai lutar contra movimentos grandes e intensos.”

Avanço do yuan

A chamada fixação, que limita as oscilações do yuan onshore em 2% de cada lado diariamente e é a ferramenta favorita do PBOC para administrar a taxa de câmbio, se torna menos útil à medida que traders perdem a paciência com dados econômicos constantemente decepcionantes da China. Nesta semana, o banco central teve que anunciar uma venda extra de títulos em Hong Kong como outra medida para apoiar o yuan, efetivamente restringindo a liquidez offshore.

O PBOC ainda tem a opção de buscar mais ferramentas em sua caixa se quiser intensificar a batalha com investidores que apostam contra o yuan. Pode optar por reduzir o volume de depósitos em moeda estrangeira que bancos são obrigados a manter como reservas, efetivamente injetando dólares no sistema, ou encarecer apostas contra o yuan com derivativos.

O yuan “deve ser fraco o suficiente para apoiar a indústria de exportação, mas não enfraquecer drasticamente, pois isso aumentaria a pressão do capital que quer deixar o país”, disse Ulrich Leuchtmann, chefe de estratégia cambial do Commerzbank.

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