Economia

China decide impor tarifas adicionais sobre US$ 16 bi em produtos dos EUA

As tarifas entram em vigor no mesmo dia que os EUA planejam iniciar a cobrança de mais 25% em tarifas sobre 16 bilhões de dólares em produtos chineses

O número de categorias de produtos sujeitos a tarifas subiu para 333, mas o valor final é o mesmo (Jason Lee/Reuters)

O número de categorias de produtos sujeitos a tarifas subiu para 333, mas o valor final é o mesmo (Jason Lee/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 8 de agosto de 2018 às 14h06.

Pequim/Washington - A China vai impor tarifas adicionais de 25 por cento sobre 16 bilhões de dólares em produtos importados dos EUA, de combustíveis e siderúrgicos a automóveis e equipamento médico, disse o Ministério do Comércio da China, em meio à escalada da disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo.

As tarifas entram em vigor no dia 23 de agosto, informou o ministério, no mesmo dia em que os Estados Unidos planejam iniciar a cobrança de mais 25 por cento em tarifas sobre 16 bilhões de dólares em produtos chineses.

Os Estados Unidos publicaram sua lista final de produtos sujeitos a novas tarifas na véspera.

A lista final da China, anunciada nesta quarta-feira, difere da versão anterior publicada em junho, que incluía petróleo bruto. O número de categorias de produtos sujeitos a tarifas subiu para 333 ante 114 na versão de junho, embora o valor final seja o mesmo.

A ação dos EUA que levou à retaliação chinesa foi a última adotada pelo presidente Donald Trump para colocar pressão sobre a China para negociar concessões comerciais, depois que Washington impôs tarifas sobre 34 bilhões de dólares em produtos no mês passado. A China prometeu retaliar com tarifas equivalentes qualquer ação dos EUA.

"Esta é uma prática bastante insensata", disse o Ministério do Comércio da China sobre as ações dos EUA na quarta-feira, enquanto apresentava as tarifas retaliatórias da China.

Para compensar o espaço deixado na lista de tarifas com a exclusão de petróleo bruto, a China acrescentou refeições de peixe, resíduos de madeira, papéis e seus resíduos, sucata de metal e vários tipos de bicicletas e carros, entre outros produtos.

Na semana passada, a China propôs tarifas adicionais sobre 60 bilhões de dólares em produtos dos EUA, depois que Trump elevou para 25 por cento as tarifas inicialmente planejadas como 10 por cento sobre 200 bilhões de dólares em importações da China.

Até agora, a China impôs ou propôs a adoção de tarifas sobre 110 bilhões de dólares em produtos dos EUA, representando a ampla maioria dos produtos americanos que importa anualmente. Produtos de alto valor dos EUA, como petróleo cru e aeronaves grandes, ainda não estão em nenhuma lista.

Uma porta-voz do Representante do Comércio dos EUA não estava disponível imediatamente para comentar o anúncio da retaliação da China ou se isso levaria Trump a uma nova rodada de ameaças de tarifas sobre 200 bilhões de produtos chineses.

O representante comercial dos EUA conduz, até 5 de setembro,um período de consulta pública para as tarifas, que podem chegar a 25 por cento. Levaria mais algumas semanas para revisar a lista e programar mudanças na aduana para começar a cobrança.

Acompanhe tudo sobre:ChinaEstados Unidos (EUA)Guerras comerciais

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo