Economia

China culpa EUA por atrito comercial e diz que negociações são impossíveis

As declarações foram dadas depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, previu no domingo que a China vai retirar suas barreiras comerciais

China: país intensificou seus ataques contra o governo dos Estados Unidos nesta segunda-feira (Damir Sagolj/Reuters)

China: país intensificou seus ataques contra o governo dos Estados Unidos nesta segunda-feira (Damir Sagolj/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de abril de 2018 às 11h31.

Boao/Pequim, China  - A China intensificou seus ataques contra o governo dos Estados Unidos nesta segunda-feira devido a bilhões de dólares em ameaças de tarifas, dizendo que Washington seria o culpado pelos atritos comerciais e repetindo que é impossível negociar sob as "circunstâncias atuais".

As declarações foram dadas depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, previu no domingo que a China vai retirar suas barreiras comerciais, e expressou otimismo de que ambos os lados podem resolver a questão através de negociações.

Pesquisadores estatais chineses e a mídia minimizaram o possível impacto das medidas comerciais dos EUA sobre a segunda maior economia do mundo e descreveram a postura do governo norte-americano sobre o comércio como o produto de um "distúrbio de ansiedade".

"Sob as atuais circunstâncias, ambos os lados não podem ter negociações sobre essas questões", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, a repórteres.

"Os Estados Unidos, por um lado, têm a ameaça de sanções e, ao mesmo tempo, dizem que estão dispostos a conversar. Não tenho certeza sobre para quem os Estados Unidos estão fazendo esse número", disse Geng.

Os atritos comerciais devem-se "inteiramente à provocação dos EUA", completou.

Pequim não queria disputar uma guerra comercial, mas não tem medo de uma, afirmou o vice-ministro de Comércio, Qian Keming, no Fórum Boao para Ásia.

O foco nesta semana estará sobre o fórum, com o presidente chinês, Xi Jinping, e a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, dando discursos na terça-feira.

"Grande muro de negação"

A ação dos EUA de ameaçar a China com tarifas sobre bens chineses visava forçar Pequim a lidar com o que Washington diz ser roubo de propriedade intelectual e transferência forçada de tecnologia de empresas dos EUA para concorrentes chineses.

Pequim alega que Washington é o agressor e está estimulando o protecionismo global, embora os parceiros comerciais da China reclamem há anos que o país abusa das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e pratica políticas industriais injustas que bloqueiam empresas estrangeiras de setores cruciais com a intenção de criar gigantes nacionais.

Depois de repetidas promessas feitas por Pequim de abrir setores como o de serviços financeiros terem mostrado pouco progresso, Trump tem dito que os Estados Unidos não vão maispermitir que a China se aproveite do país com o comércio.

"A reação da China à defesa legítima de Trump da pátria norte-americana é uma Grande Muralha de negação - apesar das evidências incontestáveis ​​dos comportamentos ilícitos e protecionistas de Pequim", disse o assessor de comércio da Casa Branca, Peter Navarro, em um comentário publicado no "Financial Times" na segunda-feira.

"Nada menos do que o futuro econômico dos EUA está em risco com a agressão da China à tecnologia e propriedade intelectual da América, e sua tentativa mercantilista de capturar indústrias emergentes de alta tecnologia", disse ele.

"Impacto será limitado"

Um pesquisador da agência de planejamento estatal da China disse que a economia chinesa sentirá pouco impacto da disputa, já que seu vasto mercado interno pode compensar qualquer impacto externo.

Mesmo com as tarifas dos EUA, a China ainda pode alcançar sua meta de crescimento do PIB em 2018 de cerca de 6,5 por cento e o impacto sobre o emprego será limitado, escreveu Wang Changlin, pesquisador da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, em um post no microblog oficial da comissão.

A discussão sobre a disputa comercial também tocou na possibilidade de a China alavancar sua enorme participação na dívida do governo d

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