Máquina realiza a coleita de milho: programa de estocagem de Pequim tem apertado a oferta doméstica (Pedro Revillion/Palácio Piratini)
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2015 às 10h29.
Pequim - A China, segundo maior consumidor mundial de milho, comprou mais de 600 mil toneladas de milho da Ucrânia para entrega este ano e mais negócios deverão ocorrer em um momento que o governo chinês aumenta seus estoques e eleva preços domésticos.
A iniciativa da China de comprar milho da região do Mar Negro, sob um acordo de empréstimo de dinheiro em troca de grãos, é visto como um revés para os exportadores de milho dos EUA que estão com dificuldade para escoar sua safra recorde.
O programa de estocagem de Pequim tem apertado a oferta doméstica, elevando os preços em mais de 100 iuanes (16 dólares) por tonelada nas últimas duas semanas, disseram operadores.
Os contratos futuros do milho recuavam nesta terça-feira na bolsa de Chicago pela quarta sessão consecutiva, perto da mínima de seis semanas, pressionados inclusive pelas compras chinesas na Ucrânia.
Alguns dos carregamentos da Ucrânia para abril e maio foram fechados a cerca de 1.500 iuanes (240 dólares) por tonelada, incluindo custo e frete, disse um comprador.
O preço é cerca de 60 por cento mais baixo que o milho no mercado doméstico, cotado a 2.490 iuanes no porto de Shenzhen.
No entanto, o milho dos EUA é cotado 80 iuanes (13 dólares) mais barato que o milho da Ucrânia, disseram operadores.
Agentes do mercado dizem que o milho dos EUA tem se tornado menos popular entre compradores chineses desde que os fornecedores norte-americanos passaram a pedir que os compradores arquem com os custos do risco potencial de importações de milho transgênico.
"Os fornecedores revisaram esse item nos contratos, essa é a razão", disse o diretor de comercialização de uma trading estatal. (Por Niu Shuping e David Stanway)