Carro: objetivo é estimular "um consumo racional" (Divulgação)
AFP
Publicado em 1 de dezembro de 2016 às 11h18.
A China aprovou uma taxa extra de 10% sobre a compra de automóveis de luxo, uma medida que pretende combater o estilo de vida ostensivo da elite política e econômica.
A nova taxa, aplicada a veículos com preço que supere 1,3 milhão de yuanes (187.000 dólares), entrou em vigor nesta quinta-feira.
O objetivo é estimular "um consumo racional" e promover os veículos que consomem menos combustível, segundo o ministério chinês das Finanças.
Recentemente, o presidente Xi Jinping criticou o modo de vida das personalidades políticas e dos grandes empresários.
Ao chegar ao poder, Xi Jinping iniciou uma campanha para combater a corrupção no Partido Comunista da China.
Nas redes sociais as críticas são cada vez maiores ao estilo de vida extravagante das autoridades do governo, dos parlamentares e seus parentes, com uma permanente ostentação da riqueza com automóveis, joias e roupas de luxo.
A conduta contradiz a imagem de austeridade, honestidade e sacrífico que Xi tenta estimular no Partido Comunista desde que chegou ao poder.
A nova taxa afeta em particular as marcas emblemáticas dos carros de superluxo - Ferrari, Rolls-Royce ou Lamborghini -, muito apreciadas na China.
Também afeta as marcas alemãs Mercedes e BMW.
A medida é aplicada justamente no momento em que a venda de carros de luxo voltava a aumentar, depois de ser afetada nos últimos anos pela campanha anticorrupção.
No segundo trimestre do ano, a Ferrari vendeu 160 automóveis, o que representa um aumento de 26%.
As marcas de luxo aproveitam também a boa dinâmica do mercado automobilístico que, em outubro, registrou alta de 18,7% nas vendas, de acordo com os fabricantes.