Agência
Publicado em 17 de janeiro de 2025 às 15h48.
O Produto Interno Bruto (PIB) da China registrou um crescimento de 5% em 2024, alcançando a meta anual de crescimento econômico do país. O resultado foi impulsionado por uma aceleração no último trimestre, após o governo lançar o maior pacote de estímulo econômico desde a pandemia de Covid-19.
Segundo cálculos preliminares do Escritório Nacional de Estatísticas da China, o PIB chinês atingiu 134,9 trilhões de yuans (US$ 18,77 trilhões) em 2024. O crescimento foi de 5,3% no primeiro trimestre, 4,7% no segundo, 4,6% no terceiro e 5,4% no quarto, sendo este o melhor desempenho trimestral em um ano e meio.
Apesar do ambiente externo permanecer complexo e incerto, os efeitos do pacote de estímulo econômico implementado desde setembro começaram a se concretizar, de acordo com um relatório da Universidade de Pequim. A demanda do consumidor aumentou no último trimestre, com destaque para a elevação nas compras de bens de alto valor, especialmente eletrodomésticos.
Para estabilizar a economia e fortalecer a confiança dos investidores, o governo introduziu medidas abrangentes, incluindo flexibilização monetária direcionada e incentivos ao consumo. A intensificação da produção no final de 2024 e antes do Ano Novo Lunar deve continuar sustentando o crescimento. Analistas preveem um novo ciclo de estímulo ainda este ano.
Segundo o Instituto de Pesquisa do Banco da China, a economia deve crescer cerca de 5% em 2025. Wang Qing, analista macroeconômico-chefe da Golden Credit Rating International, projeta um crescimento real de aproximadamente 4,7%. O governo ainda não definiu a meta de crescimento para este ano.
Em 2024, houve aceleração no crescimento industrial e do consumo. A produção industrial de valor agregado, indicador econômico importante, aumentou 5,8%. No último trimestre, a produção das indústrias com receita anual acima de 20 milhões de yuans (US$ 2,7 milhões) cresceu 5,7%.
As vendas no varejo de bens de consumo subiram 3,5%, totalizando 48,79 trilhões de yuans (US$ 6,79 trilhões), impulsionadas por um crescimento de 3,8% nos últimos três meses. As vendas de serviços também tiveram alta significativa, de 6,2%.
O setor de serviços ao consumidor apresentou melhora em dezembro, conforme Wen Bin, economista-chefe do Banco Minsheng da China. Embora o índice de atividade comercial para os setores de atacado, alimentação e hospedagem tenha permanecido abaixo da linha de expansão, houve aumentos de 2,3, 1,6 e 4,3 pontos percentuais, respectivamente, em relação a novembro.
Wen destacou ainda o forte crescimento nas vendas de automóveis, impulsionado pela política governamental de troca de veículos antigos por novos. Ademais, as vendas das 100 maiores incorporadoras imobiliárias aumentaram quase 29% em dezembro, comparado a novembro, contribuindo para o crescimento do consumo relacionado à habitação.
O investimento em ativos fixos cresceu 3,2% em 2024, totalizando 51,4 trilhões de yuans (US$ 7,15 trilhões). A infraestrutura teve alta de 4,4%, a indústria manufatureira subiu 9,2%, mas o setor imobiliário recuou 10,6%.
Segundo Lian Ping, diretor do instituto de pesquisa do Grupo de Desenvolvimento do Distrito de Guangzhou e do Fórum de Economistas-Chefes da China, o investimento em manufatura representou mais de dois terços do investimento social em ativos fixos, sendo o principal motor desse crescimento.