Economia

China acelera importações dos EUA de olho em meta de acordo

A China prometeu comprar US$ 200 bilhões adicionais em bens e serviços dos EUA até o fim de 2021 em relação ao nível de 2017

Porto na China: importações dos Estados Unidos estão aceleradas (dowell/Getty Images)

Porto na China: importações dos Estados Unidos estão aceleradas (dowell/Getty Images)

B

Bloomberg

Publicado em 27 de outubro de 2020 às 19h02.

Última atualização em 27 de outubro de 2020 às 19h23.

A China aumentou as compras de produtos americanos em setembro em meio ao fortalecimento da economia, embora ainda permaneça longe da meta para o ano estabelecida no acordo comercial de fase 1 com os Estados Unidos.

O valor mensal das mercadorias dos Estados Unidos compradas pela China sob o acordo comercial atingiu recorde de 9,9 bilhões de dólares em setembro, com maiores importações de petróleo, soja e automóveis. Com esse volume, as compras da China ainda correspondem a apenas 38,5% da meta total de mais de 170 bilhões de dólares para o ano, de acordo com cálculos da Bloomberg baseados em dados da Administração Aduaneira.

Segundo o acordo assinado em janeiro, a China prometeu comprar 200 bilhões de dólares adicionais em bens e serviços dos Estados Unidos até o fim de 2021 em relação ao nível de 2017. A pandemia de coronavírus alterou alguns desses planos, pois a demanda caiu no primeiro trimestre, mas a recuperação da China ganhou força desde então e as importações se aceleram gradualmente.

As compras de bens de energia dos Estados Unidos subiram cerca de 75% em setembro em relação ao mês anterior. A China importou quantidade recorde de petróleo. O aumento pode refletir a crescente demanda por petróleo mais barato dos Estados Unidos e suprimentos para aquecimento com a aproximação do inverno.

O valor dos produtos agrícolas comprados dos Estados Unidos aumentou cerca de 60%, e as importações de soja cresceram mais de 600%. As importações de algodão também deram um salto, possivelmente devido ao objetivo da China de repor as reservas do estado, já que a demanda da indústria têxtil do país mostra sinais de recuperação.

Os dados alfandegários mostram que a China adquiriu 35,35% do volume de produtos agrícolas dos Estados Unidos previsto no acordo comercial em 2020, em contraste com comunicado do governo americano na semana passada, segundo o qual as compras somaram 23 bilhões de dólares, ou 71% da meta. Esse último valor inclui produtos enviados, bem como os vendidos, mas ainda não exportados pelos Estados Unidos.

As compras de veículos americanos pela China aumentaram no mês passado, o que impulsionou as importações de manufaturados, refletindo um aumento da confiança do consumidor. As compras de circuitos integrados se mantiveram estáveis no mês.

Acompanhe tudo sobre:ChinaEstados Unidos (EUA)ExportaçõesImportações

Mais de Economia

Haddad diz que consignado privado pelo eSocial terá juro "menos da metade" do que se paga hoje

Desafio não vai ser isentar, vai ser compensar com quem não paga, diz Haddad, sobre isenção de IR

Dino intima governo a explicar se emendas Pix para eventos cumprem regras de transparência

Governo deverá bloquear R$ 18,6 bilhões no Orçamento de 2025 para cumprir regras fiscais, diz Senado