Chile: FMI estima queda de 4,5% do PIB chinelo (afp/AFP)
AFP
Publicado em 13 de maio de 2020 às 07h09.
Última atualização em 13 de maio de 2020 às 14h00.
O Chile, sacudido por protestos sociais e com uma economia que encolheu devido à pandemia do novo coronavírus, pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) uma linha de crédito flexível de 23,8 bilhões de dólares durante dois anos, informou nesta terça-feira (12) o organismo multilateral.
A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, recomendará a aprovação do acordo LCF que, segundo autoridades chilenas, será tratado como financiamento preventivo quando o comitê se reunir para debater o tema nas próximas semanas, informou o Fundo em um comunicado.
"O FMI está pronto para continuar apoiando o Chile nestes tempos difíceis", indicou o texto.
A Linha de Crédito Flexível (LCF) foi criada pelo Fundo para ajudar a proteger de choques externos os países que têm marcos de política muito sólidos e trajetória de muito bom desempenho econômico, dando-lhes acesso a recursos antecipadamente sem condições posteriores.
O Fundo informou que até agora a LCF só foi concedida a Colômbia, México e Polônia (que rescindiu o acordo em 2017).
A economia chilena encolheu 3,5% em março, em comparação com o mesmo mês do ano passado, coincidindo com o primeiro caso de COVID-19, que provocou forte queda nos serviços e no comércio.
Mas as restrições para evitar a propagação do coronavírus agravaram a situação econômica, já complicada no país.
As multitudinárias manifestações contra o governo conservador de Sebastián Piñera, que começaram em 18 de outubro passado, impactaram o Produto Interno Bruto (PIB) chileno, que fechou 2019 com expansão de 1,1%, a menor em uma década.
Para 2020, as autoridades chilenas tinham estimado uma contração de até 2,5% do PIB anual devido ao coronavírus, mas o próprio FMI estimou que a queda chegaria a 4,5%.
O Fundo advertiu que a recessão econômica devido à pandemia poderia atingir países como o Chile com "novos protestos, particularmente se as ações políticas para mitigar a crise da COVID-19 forem vistas como insuficientes ou favorecerem injustamente grandes corporações ao invés das pessoas".