Antonio Patriota, chanceler brasileiro: país pode financiar hidrelétrica na Nicarágua (Antônio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2011 às 14h29.
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, receberá na quinta-feira em Brasília seu colega nicaraguense, Samuel Santos, para avaliar a cooperação bilateral, principalmente o apoio do Brasil a projetos nas áreas de hidrelétrica e bioenergia, informaram nesta quarta-feira fontes oficiais.
O encontro será o principal de Santos durante sua segunda visita oficial ao Brasil, segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
A visita permitirá que os dois países avancem nos projetos de cooperação energética, "em particular no desenvolvimento do potencial hidrelétrico nicaraguense", segundo o comunicado da Chancelaria brasileira.
Brasil ofereceu financiamento para a construção da represa hidrelétrica de Tumarín, localizada no litoral sul do Caribe na Nicarágua, que terá capacidade para gerar 220 megawatts e cujas obras foram adjudicadas a um consórcio de capital brasileiro.
O projeto tem um custo previsto de US$ 806 milhões, dos quais US$ 342 milhões são negociados com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A hidrelétrica também receberá um crédito do Banco Centro-Americano de Integração Econômica (BCIE), enquanto que a Eletrobrás e Queiroz Galvão, responsáveis pela obra, fornecerão US$ 206 milhões.
Os dois chanceleres aproveitarão o encontro para revisar a agenda bilateral, discutir temas regionais e globais e "examinar mecanismos para fortalecer a cooperação bilateral, em particular nas áreas de bioenergia e reposição florestal", segundo o comunicado.
Brasil também ofereceu à Nicarágua a transferência de tecnologia para o desenvolvimento de biocombustíveis, principalmente etanol de cana-de-açúcar e biodiesel.
Segundo a Chancelaria, a tecnologia brasileira permitirá à Nicarágua diversificar sua matriz energética.
A cooperação bilateral também inclui o apoio do Brasil para a reconstrução da Nicarágua após os desastres naturais que atingiu o país centro-americano nos últimos anos e que se traduziu no envio de ajudas por US$ 850 milhões.
O comércio entre os dois países somou no ano passado US$ 68,1 milhões, com um crescimento de 102% em comparação a 2009.