Reformas: vídeo divulgado nesta segunda rejeita à volta da CPMF (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Agência O Globo
Publicado em 17 de fevereiro de 2020 às 08h12.
Última atualização em 17 de fevereiro de 2020 às 21h18.
Brasília — Capitaneados pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), partidos de centro lançam nesta segunda-feira uma campanha a favor da reforma tributária. O vídeo, que será divulgado nas redes sociais, tem como mote a rejeição à volta da CPMF e a crítica a empresários que têm se posicionado contrários à proposta que tramita no Congresso.
Um dos destaques da propaganda é uma recente fala de Maia em que ele descarta a retomada do tributo sobre movimentações financeiras: “A única certeza que eu tenho é que não vamos retomar a CPMF na Câmara em hipótese nenhuma”.
A peça a que O Globo teve acesso enfatiza que, hoje, o pobre é mais tributado que o rico e que a reforma em discussão no Legislativo altera essa “característica nefasta da nossa sociedade”. “Quem ganha mais vai pagar mais. Justo, né?”, diz o narrador.
O vídeo também ressalta o otimismo de Maia em relação ao cronograma do avanço da proposta na Câmara. “É importante que a gente possa ter, ainda no primeiro semestre, o novo sistema tributário. Um sistema tributário que caminhe para a redução da tributação sobre o consumo, que no Brasil é desproporcional e contra brasileiros mais simples.”
As mensagens têm destinatários: líderes dos setores de varejo, serviços, agronegócios e construção civil que se posicionaram contra a reforma.
Eles pretendem lançar em São Paulo, também nesta segunda, um movimento para impedir que o projeto da Câmara avance. Um dos principais articuladores da frente é Flávio Rocha, dono da Riachuelo e conselheiro do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV).
Em 2018, Rocha chegou a lançar sua pré-candidatura à Presidência pelo então PRB, hoje Republicanos, mas desistiu antes de a campanha começar oficialmente. O partido faz parte do grupo que patrocina a campanha a favor da reforma tributária.
O vídeo que vai ao ar nesta segunda marca uma nova etapa da ofensiva publicitária patrocinada por PP, PL, PSD, Republicanos, DEM, MDB, Solidariedade e Avante para mudar a imagem do grupo conhecido como centrão
“Donos do poder quando veem seus privilégios ameaçados logo reagem”, diz o narrador da peça.
A proposta em discussão na Câmara é de autoria do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) e cria um imposto único, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que substituiria um rol de tributos: IPI, Cofins, PIS/Pasep, IOF, Salário Educação, Cide (todos federais), ISS (que é municipal) e ICMS (que é estadual).
Os empresários têm defendido que a reforma pioraria o sistema tributário, ampliando a informalidade no mercado de trabalho e os preços entregues aos consumidores. A solução, de acordo com o grupo, seria desonerar a folha de pagamento e avançar na criação do imposto digital, que incidiria sobre transações financeiras, justamente nos moldes da antiga CPMF.