Moedas de real: a percepção acerca do ajuste fiscal e do front político melhorou (Arquivo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2015 às 17h41.
São Paulo - O quadro ainda desafiador para a economia brasileira e o cenário desfavorável para commodities no exterior mantêm o tom defensivo em estratégias de ações no Brasil para maio, apesar da melhora na percepção acerca do ajuste fiscal e do front político.
A aguardada elevação dos juros pelo Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, pela primeira vez em quase uma década, também atua como risco negativo à Bovespa.
"Mesmo que isso não aconteça no curto prazo, há uma boa chance de a política monetária dos EUA ser normalizada", afirmaram em realatório analistas do BTG Pactual, comandados por Carlos Sequeira.
O BTG cita que a melhora do ambiente político interno e as perspectivas de manutenção do juro próximo de zero nos EUA impulsionaram o Ibovespa em abril, e não descarta novas altas pela melhora na percepção de risco do país e alocação abaixo da média (underweight) de investidores globais na bolsa.
"No entanto, em um período mais longo, acreditamos que os riscos são inclinados para o lado negativo", disse a equipe de Sequeira, citando a aguardada alta de juros norte-americanos, mas também o seu cenário negativo para os preços de commodities.
Buscando uma carteira mais equilibrada para evitar perdas caso o rali siga, o BTG incluiu Energias do Brasil, Cielo e BRF e excluiu da sua "10 Stock Ideas for the Month" para maio Cetip, BR Malls e Gerdau.
O Bradesco BBI também afirmou em relatório a clientes nesta segunda-feira que os fundamentos das companhias brasileiras continuam os mesmos e que o fraco ambiente econômico em curso ainda gera preocupações.
O time do Bradesco BBI liderado por Rafael Fradde manteve a abordagem com foco em nomes que vê possibilidade de "continuar a entregar resultados sólidos, apesar do cenário desafiador à frente".
A estratégia do Bradesco BBI para maio trouxe como novidade a adição de Arteris e Linx, enquanto foram removidos os papéis da Energias do Brasil e da Embraer .
O Bank of America Merrill Lynch endossou o tom ainda cauteloso, em seu portfólio para Brasil neste mês, que incluiu Ambev e BRF e excluiu JBS e Smiles.
"Apesar da nossa visão mais positiva sobre o cenário macroeconômico no Brasil, especialmente do lado fiscal, os desafios seguem elevados", disse o estrategista do BofA ML para a América Latina, Felipe Hirai, citando entre os desafios resultados fiscais fracos, inflação alta e fraco crescimento.
A Citi Corretora destacou os balanços do primeiro trimestre entre os principais fatores para o desempenho da bolsa em abril e sustentou a estratégia de exposição a empresas defensivas, que tendem a se beneficiar do bom momento em termos de resultados, bem como da desvalorização cambial.
Entre as mudanças para o mês, a Citi retirou BRF e inclui Valid, que considera estar "bem posicionada para capturar o crescimento do setor de serviços financeiros no Brasil e vem aumentando sua presença internacional"