arifas elevadas: marketplaces chineses como Shein enfrentam novas restrições de importação nos EUA, ampliando a guerra comercial com a China (YUICHI YAMAZAKI/AFP via Getty Images/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 9 de abril de 2025 às 15h37.
A crescente guerra comercial entre os Estados Unidos e a China teve um novo desdobramento com o presidente Donald Trump elevando ainda mais as tarifas sobre pacotes pequenos que, até agora, estavam isentos de impostos.
Os EUA passarão a taxar importações de itens com valor de até US$ 800 (cerca de R$ 4.850) à taxa de 90% sobre seu valor, um aumento em relação ao plano anterior de aplicar uma tarifa ad valorem de 30%, segundo emenda sobre tarifas recíprocas publicada pela Casa Branca nesta quarta-feira.
Embora a isenção de impostos para itens de baixo valor, estabelecida por uma regra da década de 1930, estivesse prevista para terminar em 2 de maio, o aumento mais recente ocorre após a retaliação de Pequim à rodada anterior de tarifas impostas por Trump.
Marketplaces on-line chineses como Temu e Shein haviam se beneficiado até agora da brecha conhecida como “de minimis” para entrar nos EUA sem pagar impostos. A isenção de tarifas foi um dos principais fatores para o crescimento rápido de plataformas como essas, que oferecem produtos a preços extremamente baixos, como blusas de US$ 2 e camisetas de US$ 10, atraindo consumidores na América do Norte e na Europa.
O aumento ocorre no mesmo dia em que Trump anunciou uma pausa de 90 dias na cobrança de tarifas mais elevadas a países que procuraram os Estados Unidos para negociar. Nesse período seria aplicada uma taxa pelo piso de 10%. Em relação aos chineses, mesmo com seu governo sinalizando disposição para negociar reduções ou eliminação dessas tarifas elevadas, Trump anunciou aumento para 125%.
Fundada na cidade chinesa de Nanjing, mas agora sediada em Cingapura, a Shein tem contado amplamente com uma vasta rede de manufatura de vestuário do sul da China para produzir roupas de baixo custo. O impacto das novas tarifas pode afetar diretamente sua capacidade de operar nos EUA, já que ela depende da importação de grandes volumes de produtos de baixo custo.
Com o aumento das tarifas, a Shein, junto com outras empresas como a Temu, pode enfrentar desafios significativos para manter sua competitividade no mercado americano. O futuro do comércio entre as duas potências pode depender de como as negociações sobre essas tarifas avançarão nos próximos meses.