Economia

Carteira de crédito do Bradesco pode crescer em R$ 10 bi

Trabuco lembra que perfil mais moderado dos bancos para emprestar, adotado em 2010 com medidas macroprudenciais, permanece até hoje


	"As medidas anunciadas hoje pelo BC lançam uma visão no sentido de flexibilizar o crédito que por si só ajuda a melhorar clima econômico do país", avaliou presidente do Bradesco
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

"As medidas anunciadas hoje pelo BC lançam uma visão no sentido de flexibilizar o crédito que por si só ajuda a melhorar clima econômico do país", avaliou presidente do Bradesco (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2014 às 18h37.

São Paulo - A retirada de medidas macroprudenciais, implementadas a partir de 2010, por parte do Banco Central que anunciou nesta sexta-feira, 25, a redução do requerimento mínimo de capital para risco de crédito das operações de varejo pode aumentar a carteira do Bradesco em cerca de R$ 10 bilhões, segundo o presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco Cappi.

Esses recursos, porém, devem ser transformados em demanda efetiva ao longo do tempo, segundo ele.

Trabuco lembra que o perfil mais moderado dos bancos para emprestar, adotado em 2010 quando foram implementadas as medidas macroprudenciais, permanece até hoje.

Ele acrescentou ainda que não é possível dizer, neste momento, se as medidas do BC, ao estimularem a oferta de crédito, podem contribuir para evitar uma revisão para baixo das metas (guidances) de crescimento da carteira em 2014.

No caso da flexibilização dos depósitos compulsórios, nos quais o Banco Central projeta impacto de R$ 30 bilhões, o Bradesco estima, de acordo com Trabuco, aumento de liquidez de pouco mais de R$ 6 bilhões.

Esses recursos, conforme a autoridade monetária, podem ser utilizados tanto na contratação de novas operações de crédito como na compra de carteiras (pessoas jurídicas e físicas).

"As medidas anunciadas hoje pelo Banco Central são importantes por vários motivos e lançam uma visão no sentido de flexibilizar o crédito que por si só ajuda a melhorar o clima econômico do país", avaliou o presidente do Bradesco, em entrevista ao Broadcast.

A flexibilização do crédito, conforme Trabuco, tem dois direcionais: injetar liquidez no sistema bancário e diminuir alocação de capital para pessoa física de jurídica de pequeno porte. Ele lembrou ainda que a agenda do BC é positiva e cria expectativas boas.

"O BC está liderando uma agenda positiva que reduz tensões e cria expectativas de um futuro melhor para o ambiente de crédito. As medidas de hoje são um direcional necessário diante da fase da economia de baixo crescimento. Manter as normas macroprudenciais iria em desencontro com o processo de crescimento da economia", avaliou Trabuco.

De acordo com ele, a autoridade monetária precisa ter conservadorismo em certos momentos da economia e as medidas de hoje mostram que o regulador está agindo tanto no período cíclico como no anticíclico. Sobre a flexibilização dos depósitos compulsórios, Trabuco disse que a mudança visa injetar mais liquidez na economia.

"Compulsório é um instrumento monetário pouco utilizado em outros países, na Europa e EUA, mas aqui foi importante para defender País da crise de 2008 e evitar um estrangulamento", lembrou o presidente do Trabuco.

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