Maggi: ele disse que nos demais países com que o governo discutiu o assunto, as restrições devem se limitar aos 21 frigoríficos colocados sob suspeita pela PF (Adriano Machado/Reuters)
Reuters
Publicado em 22 de março de 2017 às 15h47.
Última atualização em 22 de março de 2017 às 17h18.
Brasília - As suspeitas em torno da qualidade da carne brasileira, geradas pela operação Carne Fraca da Polícia Federal, arranharam a imagem do Brasil no exterior e podem resultar em um prejuízo de valores "estratosféricos", afirmou nesta quarta-feira o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi.
Em audiência conjunta das comissões de Agricultura e de Assuntos Econômicos do Senado, Maggi disse que os importadores de carne brasileira que mais preocupam o governo brasileiro são China e Hong Kong, que ainda não se posicionaram claramente sobre embargos.
"Estamos falando de números estratosféricos, não sabemos o tamanho da pancada que vem por aí", disse o ministro.
Para exemplificar, Maggi citou números da média diária de embarque de carnes, de cerca de 63 milhões de dólares.
"No dia de ontem tivemos 74 mil dólares", afirmou o ministro.
Maggi disse ainda que o Brasil tem conversado com diversos países compradores e admitiu preocupação especial com relação à China e à Hong Kong. Segundo ele, o mercado está em "compasso de espera" pelas reações desses dois importantes compradores.
Para ele, o "melhor dos mundos" é o problema ficar restrito às 21 plantas abarcadas pela investigação da Polícia Federal e não ser tratado de forma generalizada.
"Os países com quem nós conversamos já esta acertado, nós não teremos problemas além desses 21 estabelecimentos", afirmou.
"Agora, a imagem do Brasil ficou arranhada", admitiu. "É um sentimento que tem na população brasileira e fora daqui, então, os prejuízos que vamos ter vão ser muito grandes", disse, acrescentando que o país terá uma oscilação de mercado de aproximadamente 10 por cento.