Economia

Carne e tomate pressionaram cesta básica em outubro

Carne, tomate, pão francês, leite e manteiga foram os produtos da cesta básica que mais subiram em outubro, de acordo com pesquisa do Dieese


	Carne: segundo o Dieese, a elevação do preço da carne reflete o impacto da entressafra
 (Getty Images)

Carne: segundo o Dieese, a elevação do preço da carne reflete o impacto da entressafra (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2013 às 15h26.

São Paulo - Carne, tomate, pão francês, leite e manteiga foram os produtos da cesta básica que mais subiram em outubro, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os itens registraram aumento na maioria das 18 localidades pesquisadas pela entidade.

Segundo o Dieese, a elevação do preço da carne reflete o impacto da entressafra, "uma vez que as más condições das pastagens no inverno reduzem a quantidade de animais para abate", comentou, em nota.

A carne é o produto de maior peso na cesta e apresentou variações entre 0,51% em Brasília e 6,55% em Recife. Apenas duas capitais registraram retração no preço do produto: Manaus (-0,65%) e Florianópolis (-0,26%).

A alta no valor do tomate em 15 capitais em outubro é explicada pelo clima no momento da colheita e, segundo o Dieese, indica uma trajetória de recuperação do baixo preço do item nos meses anteriores. O tomate subiu 52,2% no Rio de Janeiro, 51,46% em Vitória e 41,38% em Florianópolis.

As menores elevações foram observadas em Belém (0,33%) e Natal (0,64%). Os recuos foram verificados em João Pessoa (-6,11%), Campo Grande (-3,47%) e Manaus (-2,53%).

A elevação do preço do pão francês oscilou entre 0,35% em Vitória e 4,44% em Salvador. Houve redução no preço do pão em Goiânia (-3,36%), Natal (-0,59%) e Recife (-0,26%). O movimento de alta do produto reflete o aumento do seu principal insumo, o trigo. De acordo com o Dieese, o preço do trigo vem subindo desde setembro devido ao excesso de chuva nas lavouras do Rio Grande do Sul.

No caso do leite, a alta nos preços ao consumidor em 13 das 18 capitais pesquisadas foi influenciada pelo aumento dos valores no atacado e também pela valorização dos derivados do produto.


O valor do leite teve variações entre 0,33% em João Pessoa e 4,60% em Campo Grande. Houve diminuição em Goiânia (-3,41%), Porto Alegre (-1,67%), Recife (-1,47%), Rio de Janeiro (-1,14%) e Belém (-0,30%).

A manteiga, por ser derivada do leite, apresentou alta em 11 capitais. Foram registrados os maiores aumento em Curitiba (4,80%) e Belém (4,17%). As reduções mais expressivas ocorreram em Florianópolis (-6,14%), Manaus (-3,12%) e Porto Alegre (-2,62%).

Arroz e feijão

Itens do prato típico do brasileiro, o arroz e o feijão foram destaques de queda na pesquisa de outubro. O feijão mostrou redução em 15 localidades, sendo as mais expressivas em Aracaju (-13,28%), São Paulo (-11,48%) e Natal (-10,95%).

Os aumentos foram verificados em Vitória (4,70%), Curitiba (1,13%) e Rio de Janeiro (0,68%). Segundo o Dieese, a terceira safra de feijão vem abastecendo o mercado e garantindo a redução dos preços.

Já o preço do arroz caiu em nove cidades em outubro e ficou estável em quatro (Rio de Janeiro, Vitória, Manaus e Natal). As maiores reduções ocorreram em Florianópolis (-4,18%), João Pessoa (-1,80%) e Recife (-1,18%).

O aumento do arroz variou de 0,84% (Belo Horizonte e Fortaleza) a 3,20% (Goiânia). "A oferta da terceira safra ainda reduziu o preço do arroz em algumas localidades e os produtores não apresentaram interesse em comercializar o alimento pelo valor de mercado considerado baixo", explicou o Dieese.

No mês passado, a cesta básica subiu no mês de outubro em 15 das 18 capitais pesquisadas. As maiores altas foram registradas no Rio de Janeiro (5,86%), em Curitiba (4,80%), Porto Alegre (4,35%) e Vitória (4,06%). As quedas mais expressivas foram registradas em João Pessoa (-2,06%), Manaus (-1,23%) e no Recife (-0,08%).

Acompanhe tudo sobre:AlimentosDieesePreçosTrigo

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto