Carnaval de Salvador: foram fechados patrocínios oficiais com 4 empresas, diz secretário de Cultura e Turismo (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 18h54.
Salvador - Após o anúncio, no ano passado, que o carnaval de Salvador pela primeira vez havia dado "lucro" direto para o município, por causa da arrecadação de R$ 38 milhões em patrocínios para a festa - que teve um custo estimado de R$ 30 milhões -, a prefeitura da capital baiana ainda corre atrás de apoiadores para fechar a conta do carnaval deste ano.
Segundo a administração municipal, o investimento direto para a festa deste ano, que tem como tema "Os 30 anos da axé music", é maior, de cerca de R$ 50 milhões, mas a captação de recursos está menor, em R$ 28,8 milhões.
Até o momento, segundo o secretário de Cultura e Turismo, Érico Mendonça, foram fechados patrocínios oficiais com quatro empresas.
As cervejarias Brasil Kirin (Schin) e Grupo Petrópolis (Itaipava) vão investir R$ 10,2 milhões cada - o mesmo montante do ano passado -, enquanto o Banco Itaú e a companhia aérea Air Europa entram com R$ 4,2 milhões cada.
De acordo com Mendonça, está para ser fechada mais uma cota de patrocínio, mas ele não revelou o nome da empresa.
Na comparação com os anos anteriores, a principal novidade na lista de patrocinadores é a presença de uma companhia aérea e as maiores ausências são a estatal Petrobras e o governo da Bahia.
A prefeitura ainda tenta convencer a estatal, que já havia anunciado que não apoiaria financeiramente a festa, deixando de injetar cerca de R$ 5 milhões na folia de Salvador (o investimento feito no ano passado).
A empresa, porém, manteve o patrocínio aos blocos afro mais conhecidos, como o Olodum e o Ilê Aiyê - de cerca de R$ 2 milhões, no total.
Já o governo do estado, segundo o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, o ACM Neto (DEM), está inadimplente de sua cota de patrocínio do ano passado, de R$ 4 milhões.
"O governo ainda não pagou a festa de 2014, então não pudemos discutir o patrocínio para este ano", justificou o gestor, concorrente político do governo estadual, gerido pelo PT de Rui Costa.
Apesar da retração na arrecadação, a festa será maior e contará com mais espaços para a folia na cidade, diz o prefeito.
Entre as novidades estão um "pré-carnaval" com blocos de rua, aberto ao público, no dia 8, espaço com programação infantil em um dos circuitos, área de música eletrônica em outro, a instalação de uma roda gigante nas proximidades do Farol da Barra e o fortalecimento do carnaval nos bairros, com a presença de bandas conhecidas da folia baiana, como o Chiclete com Banana.
A estrutura da festa, que tem início no dia 11, porém, será similar à do ano passado, com a criação de "zonas de exclusividade comercial" nos circuitos para os patrocinadores.
Este ano, o Grupo Petrópolis terá exclusividade de vendas de bebidas no Circuito Osmar (Campo Grande) e a Brasil Kirin, no Circuito Dodô (Barra-Ondina).
Para ACM Neto, mesmo que as cotas de patrocínio não sejam suficientes para arcar com as despesas da festa, o carnaval não vai dar prejuízo para a cidade, já que a arrecadação de impostos diretamente relacionados com a festa deve chegar a R$ 80 milhões.
De acordo com ele, são esperados entre 700 mil e 800 mil visitantes na cidade durante a folia.