Fachada do Ministério da Fazenda (EDU ANDRADE/Ascom/MF/Flickr)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 28 de março de 2024 às 15h22.
Em 2023, a carga tributária bruta (CTB) do governo geral (governo central, estados e municípios) atingiu 32,44% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 28, pelo Tesouro Nacional. O resultado representa uma diminuição de 0,64 ponto percentual em relação a 2022.
Na decomposição por esfera de governo, a CTB do governo central teve diminuição de 0,41 p.p., a dos governos estaduais teve uma redução de 0,36 p.p., enquanto os governos municipais apresentaram um aumento de 0,14 p.p..
Na arrecadação federal, destaca-se o aumento de 0,33 p.p. do PIB na receita com Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), explicado principalmente pelo impacto do aumento em rendimentos do capital e rendimentos do trabalho assalariado. Por outro lado, houve redução de 0,45 e 0,21 p.p. do PIB, respectivamente, nas receitas de Imposto sobre a renda de pessoa jurídica (IRPJ) e Contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL).
Nos estados, a redução da carga tributária deveu-se à diminuição de 0,44 p.p. do PIB do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), explicada principalmente pelos efeitos de medidas implementadas ainda em 2022, como a Lei Complementar nº 194/2022.
A redução na arrecadação do imposto persistiu em 2023, apesar do ajuste promovido por algumas unidades federadas em suas alíquotas de ICMS. Por outro lado, houve aumento de 0,10 p.p. do PIB no Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) em 2023.
Já nos municípios, o aumento da carga tributária está relacionado ao aumento da arrecadação do Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS), com elevação de 0,10 p.p. do PIB em relação a 2022. Essa variação foi influenciada pelo crescimento de 2,3% no volume de vendas de serviços quando comparado o resultado acumulado de 2023 frente a igual período de 2022.
Em 2023, os Impostos sobre bens e serviços apresentaram queda de 0,51 p.p. do PIB em relação a 2022, mas seguiram os mais relevantes na categoria Impostos, com 12,68% do total de 24,19% do PIB. Em seguida estão os Impostos sobre renda, lucros e ganhos de capital, com 8,66% do PIB, redução de 0,37 p.p. em relação ao ano anterior.
Em Contribuições Sociais, os destaques ficam por conta das Contribuições para RGPS, que atingiram 5,27% do total de 8,25% do PIB desse tipo de tributo, e das Contribuições para o FGTS, que subiu de 1,55% do PIB em 2022 para 1,62% do PIB em 2023.