Nesta quinta, 4, Bolsonaro se encontrou com líderes partidários para conversar sobre apoio à reforma da Previdência (Marcos Corrêa/PR/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 5 de abril de 2019 às 14h08.
Última atualização em 5 de abril de 2019 às 16h43.
Brasília — O presidente Jair Bolsonaro admitiu nesta sexta-feira, 5, em um café da manhã com alguns jornalistas convidados, que o sistema de capitalização incluído no texto da reforma da Previdência poderá ficar para um segundo momento, se houver uma reação forte no Congresso.
"Se tiver reação grande, tira da proposta. Alguma coisa vai tirar, tenho consciência disso", disse Bolsonaro, de acordo com material publicado pelos jornais Folha de S.Paulo, O Globo, Estado de S. Paulo e Valor Econômico, que tinham jornalistas presentes ao encontro.
Bolsonaro disse ainda saber que a proposta será desidratada no Congresso e que o mais importante é idade mínima e tempo de contribuição, e que o restante pode ficar para depois.
O regime de capitalização é considerado central pela equipe econômica para a nova Previdência, mas dependerá de regulamentação pelo Congresso após a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para alterar as regras das aposentadorias que está em tramitação.
No entanto, existe resistência nos partidos em relação à forma que foi criada. O PSD, por exemplo, cobrou ontem que a capitalização seja um piso e que seja incluída uma contribuição patronal.
O presidente reconheceu, durante o café, problemas na articulação política do governo e atribuiu isso à falta de vivência política de seus ministros.
Na quinta, ao receber presidentes de partidos, Bolsonaro ouviu reclamações sobre o fato de os ministros não receberem parlamentares e não atenderem demandas e disse aos líderes partidários que isso seria mudado.
Aos jornalistas, Bolsonaro disse que muitas vezes as demandas são coisas simples, mas que seria natural os ministros não darem o retorno que ele pessoalmente daria porque não tem vivência política.
Durante café, o presidente informou que o horário de verão, marcado ainda para o primeiro final de semana de novembro, deve ser terminado. Bolsonaro disse aos jornalistas que está "quase certo" que a mudança de horário será encerrada este ano.
Criado por decreto, pode ser terminado por uma determinação do presidente. O governo faz um estudo para comprovar as informações que a alteração não trouxe economia significativa de energia nos últimos anos.
(Por Lisandra Paraguassu)