Economia

Candidato brasileiro a OMC defende maior papel de emergentes

O candidato disse que uma das prioridades de seu mandato será favorecer um maior envolvimento desses países nas decisões da organização


	O embaixador Roberto Carvalho de Azevêdo: "minha postura é a seguinte: um sistema funciona para todos ou não funciona", ponderou
 (Elza Fiúza/ABr)

O embaixador Roberto Carvalho de Azevêdo: "minha postura é a seguinte: um sistema funciona para todos ou não funciona", ponderou (Elza Fiúza/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2013 às 13h36.

Dacar - O candidato do Brasil ao cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Carvalho de Azevêdo, defendeu nesta terça-feira uma participação mais efetiva dos países em desenvolvimento no sistema de decisão da OMC.

Carvalho fez a proposta em entrevista coletiva concedida em Dacar, no Senegal, durante uma viagem que está realizando por 13 países africanos para "escutar o que pensam os dirigentes do continente".

O candidato, representante permanente do país na instituição, disse que uma das prioridades de seu mandato será favorecer um maior envolvimento dos países em desenvolvimento nas decisões da OMC. "Minha postura é a seguinte: um sistema funciona para todos ou não funciona", ponderou Carvalho.

"África participa de forma muito ativa no sistema de cooperação multilateral. É imprescindível conseguir mecanismos que permitam que as pequenas economias tenham maior protagonismo nas negociações e movimentar a agenda do desenvolvimento em benefício de nossos países", argumentou.

Como já manifestara no domingo no Cairo, no Egito, Carvalho reiterou que o grande desafio do próximo responsável da OMC será desbloquear a rodada de Doha, proposta de liberalização do sistema multilateral de comércio que começou em 2001 mas está estagnada há meia década.

"Não se trata de ter a um brasileiro como líder da OMC, mas alguém capaz de retirar as negociações da paralisia que se encontram há anos", afirmou.

Segundo Carvalho, a presidente Dilma Rousseff e o presidente do Senegal, Macky Sall, abordaram a candidatura brasileira por ocasião da cúpula África-América do Sul, realizada na semana passada na Guiné Equatorial.

Roberto Carvalho de Azevêdo espera contar com ao apoio do continente africano para sua candidatura, da mesma forma que com o respaldo dos países-membros do bloco Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

"Senegal é um país muito importante que desempenha um papel relevante no continente, portanto é capaz de fazer avançar minha candidatura", disse o diplomata.

Na corrida para substituir o francês Pascal Lamy na direção geral da OMC a partir de setembro, Carvalho enfrentará outros oito candidatos, entre eles dois latino-americanos, a ministra costarriquenho de Comércio, Anabel González, e o ex-ministro mexicano de Comércio Herminio Blanco.

Também concorrem pelo posto dois africanos: o ex-ministro ganês de Comércio e Indústria Alan John Kyerematen e a queniana Amina C. Mohammed, subdiretora do Programa da ONU para o meio Ambiente (PNUMA), com sede em Nairóbi. 

Acompanhe tudo sobre:OMC – Organização Mundial do ComércioPaíses emergentes

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto