O primeiro-ministro britânico David Cameron cumprimenta o presidente dos Estados Unidos Barack Obama: Estados Unidos e UE anunciaram no último dia 13 de fevereiro a abertura de negociações. (REUTERS/Jonathan Ernst)
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2013 às 16h15.
Washington - O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, considera possível iniciar as negociações para um acordo de livre-comércio entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE) a tempo da próxima Cúpula do G8 e, por isso, advertiu que as próximas cinco semanas serão "cruciais".
"Há uma oportunidade real de lançar o processo a tempo para o G8", que acontecerá nos dias 17 e 18 de junho na Irlanda do Norte, indicou Cameron depois de se reunir na Casa Branca com o presidente dos EUA, Barack Obama.
"As próximas cinco semanas serão cruciais. Será preciso ambição e vontade política para chegar aos enormes benefícios que este acordo pode proporcionar. E isso significa pôr tudo sobre a mesa, inclusive os assuntos mais difíceis, e sem exceções", afirmou Cameron, que será anfitrião da Cúpula do G8.
Obama, por sua parte, declarou que existe "uma oportunidade real de cortar as taxas alfandegárias, abrir os mercados, criar empregos e tornar todas nossas economias mais competitivas ainda".
Estados Unidos e UE anunciaram no último dia 13 de fevereiro a abertura de negociações para criar uma zona de livre-comércio e um acordo sobre investimentos, que uma vez completado será o maior pacto comercial bilateral do mundo.
As conversas, cujo início foi fixado para junho sem uma data concreta, incluirão as áreas de acesso aos mercados, aspectos regulatórios e barreiras não tarifárias, assim como regras e princípios para abordar os desafios e oportunidades dos principais aspectos comerciais globais.
Cameron assegurou ainda que obteve o respaldo de Obama em seu objetivo de pôr freio à evasão de impostos e aos paraísos fiscais, um tema que o Reino Unido quer pôr no centro da reunião do G8.
"Necessitamos saber verdadeiramente quem é proprietário de cada empresa, quem se beneficia dela, se pagam impostos. E precisamos de um novo mecanismo para registrar onde geram receita as multinacionais e onde pagam seus impostos, para poder deter as que estão manipulando o sistema injustamente", detalhou.
Cameron disse que na reunião do G8 (formado por EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Japão, Canadpa e Rússia), na cidade norte-irlandesa de Loch Erne, buscará "ações ambiciosas rumo ao crescimento econômico".
"O comércio aberto é fundamental nisto, mas necessitamos uma agenda mais ampla para assegurar-nos que todo mundo compartilha os benefícios desta maior abertura, não só em nossas economias avançadas, mas no mundo em desenvolvimento", concluiu.