Economia

Cameron e Obama: compromisso de aumentar pressão contra Kadafi

Em encontro no Reino Unido, os líderes expressaram o desejo de forçar a saída do ditador do comando da Líbia

Obama considerou que a missão internacional serviu para evitar mortes de civis (Jewel Samad/AFP)

Obama considerou que a missão internacional serviu para evitar mortes de civis (Jewel Samad/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2011 às 12h21.

Londres - O presidente americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, expressaram nesta quarta-feira seu compromisso de "aumentar a pressão" na Líbia para forçar a saída de Muammar Kadafi do poder.

"O presidente e eu acordamos que deveríamos aumentar a pressão na Líbia. O regime está sob pressão e é algo que se vê no fato de que os rebeldes libertaram boa parte de Misrata e em seu êxito em outras partes do país", declarou Cameron.

Em entrevista coletiva concedida em Londres junto a Obama, durante o segundo dia de sua visita de Estado ao Reino Unido, Cameron afirmou que o Reino Unido "avaliará todas as opções para aumentar essa pressão, dentro dos termos da resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU".

Cameron não entrou em detalhes sobre as opções que seu governo considera, que segundo a imprensa britânica incluem o envio de helicópteros de combate Apache ao país norte-africano, e ressaltou que o objetivo continua sendo "proteger o povo líbio".

"Ninguém está falando de mudança de regime", declarou o líder conservador britânico, um termo que também foi rejeitado pelo presidente americano, que insistiu que Kadafi deve deixar o poder.

"Continuaremos as operações até que cessem os ataques de Kadafi contra os civis. O tempo corre para Kadafi, que deve abandonar o poder e deixar Líbia para o povo líbio", disse Obama.

"Seguiremos nos opondo com força ao uso da violência contra os manifestantes e a qualquer esforço para silenciar àqueles que almejam a liberdade, a dignidade e os direitos humanos básicos", acrescentou o presidente americano.

Obama descartou o envio de tropas terrestres à Líbia - "David e eu estamos de acordo sobre não pôr botas no terreno" - para combater o regime de Kadafi e afirmou que "não há prazos artificiais" para o encerramento da missão da Otan.


No entanto, afirmou estar convencido de que as operações da Aliança Atlântica criaram "o impulso suficiente para que inevitavelmente Kadafi se veja obrigado a abandonar o poder".

Obama advertiu que vai ser um "processo lento, mas seguro" e considerou que a missão internacional serviu para "evitar mortes de civis", uma mensagem que dever servir para lembrar que "às vezes é preciso ser mais paciente do que se quer".

Cameron fez um paralelo entre o momento político vivido em países do Oriente Médio e o norte da África com os anos posteriores ao final da Guerra Fria, e declarou sentir "a mesma paixão por estender a liberdade".

O primeiro-ministro considerou, no entanto, que "o idealismo sem realismo não faz bem a ninguém" e fez um apelo para que as lições da história sejam aprendidas.

Sobre o Afeganistão, Cameron fez um alerta aos talibãs para que definitivamente tomem distância da rede Al Qaeda se quiserem fazer parte de um acordo político duradouro no país e parabenizou os EUA pela operação que tirou a vida de Osama bin Laden.

"Foi um golpe direto no coração do terrorismo internacional", afirmou o primeiro-ministro, que qualificou como "vital" o próximo ano no país asiático, em um momento em que as tropas americanas e britânicas "detiveram o avanço da insurgência".

"Agora é o momento de aumentar nossos esforços e alcançar um acordo político (...). Acertamos dar a este assunto a maior prioridade nos próximos meses", disse Cameron.

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