Economia

Câmbio atual pode se sustentar até o final do ano, diz MDIC

"Esse câmbio é muito bom, porque nos permite substituir as importações e a indústria nacional passa a ter mais espaço no mercado interno", diz Armando Monteiro


	Ministro Armando Monteiro: "Esse câmbio é muito bom, porque nos permite substituir as importações e a indústria nacional passa a ter mais espaço no mercado interno"
 (Bruno Domingos/Reuters)

Ministro Armando Monteiro: "Esse câmbio é muito bom, porque nos permite substituir as importações e a indústria nacional passa a ter mais espaço no mercado interno" (Bruno Domingos/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2015 às 14h11.

Belo Horizonte - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, disse nesta quarta, 5, que acredita que o patamar atual do câmbio é sustentável até o final do ano.

"Esse câmbio é muito bom, porque nos proporciona fazer a substituição de importações e a indústria nacional passa a ter mais espaço no mercado doméstico. Não gosto de fazer previsões, porque o câmbio é flutuante, mas vamos ter um câmbio bastante amigável ao setor de exportações que irá flutuar para garantir competitividade ao exportador", disse a jornalistas, após o evento de lançamento do Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE) Minas Gerais, na sede da Federação das Indústrias do Estado (Fiemg).

Monteiro ainda reiterou a previsão de superávit comercial em 2015 de US$ 10 bilhões. "Estou confiante de que a balança comercial vai dar contribuição importante para a retomada do crescimento da economia brasileira", declarou.

Na sua apresentação no evento, o ministro ressaltou que tem de se fazer do comércio exterior um novo vetor de crescimento. "E não pode ser somente uma válvula em termos de crise. Tem que ser perene", ressaltou.

Entretanto, segundo ele, não há correspondência hoje entre o tamanho da economia (a sétima do mundo) com a colocação do Brasil no ranking mundial de exportações (25º e 30º, se considerado somente manufaturados).

Sobre o cenário macroeconômico atual, o ministro comentou que o governo precisa tomar decisões e definir agendas para retomar o crescimento.

"O Brasil sempre teve capacidade de superar crises, não vamos deixar que certas contradições do presente possam interromper uma trajetória que o nosso País duramente pôde empreender nos últimos anos", disse.

Monteiro comentou que o problema fiscal hoje não é do ministro da Fazenda, já que os gastos institucionais crescem a cada ano e as receitas não estão acompanhando. "Temos um grande desafio que é de nos voltarmos para uma agenda de reformas que o Brasil negligenciou nos últimos anos", disse.

Ele também declarou que o PNCE e o Plano Nacional de Exportações (PNE) visam "olhar um pouco mais" para os Estados Unidos.

Segundo ele, o País possui hoje uma presença expressiva de vendas ao Estados Unidos, já que o mercado norte-americano é o principal comprador de manufaturados brasileiros, com compras de cerca de US$ 20 bilhões anuais.

"Para os outros produtos, o grande problema são barreiras não-tarifárias, principalmente em padronizações de normas técnicas", declarou.

Monteiro explicou que desde o começo do ano o governo brasileiro tem dialogado com as autoridades norte-americanas para fazer a harmonização de normas.

"Esse processo está indo bem. Já temos alguns setores que estão sendo beneficiados e teremos novidades em breve, como cerâmico, têxtil, máquinas e equipamentos, refrigeração e luminárias", falou.

Ele também comentou que o acordo de comércio exterior com o México também está sendo trabalhado no âmbito dos planos. "Já temos bons resultados do setor automotivo, cujas vendas cresceram 70% nos últimos períodos.

E assinamos o primeiro acordo de cooperação e facilitação de investimento para apoiar a internacionalização das empresas brasileiras", destacou. Monteiro ressaltou que o Brasil também tem a intenção de firmar acordo inédito com a Colômbia, em breve, para compras públicas.

O ministro ainda comentou que em 2016 o governo brasileiro, dentro do bloco do Mercosul, tem a intenção de fechar acordos de comércio com os países da bacia do Pacífico. "Não entendemos que exista uma espécie de muro entre esses países e o Mercosul", disse.

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