Economia

Câmara dos EUA aprova versão final da reforma tributária

A versão final da lei foi enviada ao Senado, onde há previsão de congressistas votarem o projeto nesta noite

EUA: a reforma pode ser sancionada em lei pelo presidente Donald Trump já na quarta-feira (Getty Images/Getty Images)

EUA: a reforma pode ser sancionada em lei pelo presidente Donald Trump já na quarta-feira (Getty Images/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 19 de dezembro de 2017 às 18h04.

Última atualização em 19 de dezembro de 2017 às 19h12.

Washington - A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, controlada pelos republicanos, aprovou nesta terça-feira uma ampla legislação tributária financiada por dívida, enviando o projeto de lei ao Senado, onde parlamentares devem assumi-lo mais tarde nesta noite.

A maior reforma do sistema tributário dos Estados Unidos em mais de 30 anos pode ser transformada em lei pelo presidente Donald Trump tão cedo quanto quarta-feira, caso ambas as Casas do Congresso aprovem o projeto.

Com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, assistindo da galeria, a Câmara aprovou o projeto de lei por 227 votos a 203, superando a unida oposição dos democratas e 12 republicanos que votaram contra.

A aprovação não é certa no Senado, também controlado pelos republicanos.

O plano inclui acentuados cortes de impostos para corporações e contribuintes ricos, assim como cortes de impostos temporários para alguns indivíduos e famílias. O plano revoga uma seção do sistema de saúde Obamacare e permite exploração de petróleo no Refúgio Nacional da Vida Selvagem do Ártico, no Alaska, somente duas das diversas estreitas mudanças acrescentadas ao projeto para assegurar sua passagem.

Famílias de renda média terão um corte médio de impostos de 900 dólares no próximo ano, enquanto o 1 por cento mais rico dos norte-americanos terão um corte médio de 51 mil dólares, de acordo com o Centro de Política Fiscal, um think tank não partidário em Washington.

Republicanos insistem que o pacote irá impulsionar a economia e crescimento de empregos. Eles também veem a medida como essencial para manter suas maiorias na Câmara e Senado nas eleições de novembro.

"Hoje, nós damos ao povo deste país seu dinheiro de volta. Este é o dinheiro dele, afinal", disse o presidente da Câmara, Paul Ryan, pouco antes da votação.

Ryan foi interrompido duas vezes por manifestantes. "Você está mentindo!", gritou uma mulher.

Democratas dizem que o projeto de lei irá aumentar a diferença de renda entre norte-americanos pobres e ricos, enquanto acrescenta 1,5 trilhão de dólares durante os próximos 10 anos à dívida nacional norte-americana de 20 trilhões de dólares.

A líder democrata da Câmara, Nancy Pelosi, chamou o projeto de lei de um "monstro de Frankenstein" repleto de esconderijos e lacunas que estão longe da promessa republicana de simplificar o código fiscal.

"Este monstro irá voltar para assombrá-los", disse, no plenário da Câmara.

Cerca de 52 por cento dos adultos se opõem ao plano, enquanto 27 por cento são a favor, de acordo com pesquisa de opinião da Reuters/Ipsos.

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