Economia

Câmara discute reforma tributária à sombra de nova CPMF

Um dos eixos da PEC é uma espécie de imposto sobre transações financeiras, o que faz referência à antiga CPMF e deve ser rechaçado pelo Congresso

Rodrigo Maia: com Previdência encaminhada, Câmara irá focar na reforma tributária (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Rodrigo Maia: com Previdência encaminhada, Câmara irá focar na reforma tributária (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2019 às 06h39.

Última atualização em 20 de agosto de 2019 às 09h48.

São Paulo — Com a reforma da Previdência encaminhada, o governo tenta dar os primeiros passos para a aprovação de matérias que visam a melhora do desempenho econômico no curto e médio prazo. Nesta terça-feira (20), o assunto que deve levar os holofotes para a Câmara é a reforma tributária

A comissão especial da casa que analisa a proposta de emenda à Constituição (PEC 45/19) vai ouvir o autor da matéria que tem como principal meta a simplificação dos impostos no país. Uma fonte de possíveis embates é uma espécie de imposto sobre transações financeiras, o que remonta a extinta CPMF. 

Para explicar o conteúdo da PEC, devem comparecer à sessão desta terça-feira o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), proponente do projeto, e o economista Bernard Appy, que preparou a proposta. O calendário apresentado pelo relator da reforma, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), ainda prevê audiências públicas com especialistas e nomes de peso do governo, como o ministro da Economia Paulo Guedes. 

A principal ideia da reforma tributária é a unificação de cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) em um único, intitulado Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Além disso, a matéria também deve mexer no imposto de renda. Para pessoas físicas, por exemplo, deverá haver um limite para dedução de gastos com saúde e educação. Ainda está no radar uma faixa de isenção ampliada e redução das alíquotas

O ponto mais polêmico e que deve roubar a atenção é a criação de uma contribuição sobre pagamentos nos moldes do antigo CPMF. Caso aprovada, em transações financeiras como saques, depósitos e pagamento de boletos, uma taxa de até 0,6% do valor movimentado poderá será cobrada do contribuinte. 

No Congresso, a nova taxação que está nos planos do governo não é bem recebida. Em entrevista recente, o presidente da Câmara Rodrigo Maia disse que a casa não aprovará esse trecho da PEC da reforma tributária em nenhuma hipótese. 

 

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCPMFExame HojeReforma tributáriaRodrigo Maia

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto