Economia

Câmara corre para votar 2° turno da Previdência antes do recesso

Para que a reforma seja apreciada pelo parlamento novamente, todos os destaques propostos ao texto precisam ser analisados até a próxima quinta-feira

Maia: “Sou otimista, vamos encerrar esse assunto nesta semana”, afirmou o deputado (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

Maia: “Sou otimista, vamos encerrar esse assunto nesta semana”, afirmou o deputado (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

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Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2019 às 06h29.

Última atualização em 12 de julho de 2019 às 07h39.

O tempo virou artigo de luxo para a Câmara dos Deputados. Durante essa semana, governo e oposição se postaram no Congresso em longas sessões que acabaram culminando na aprovação, em primeiro turno, do texto base enviado pelo governo. Agora, a câmara corre contra o tempo para analisar uma série destaques e votar o texto em segundo turno, e assim, finalmente enviá-lo ao Senado.  

 A meta do presidente da câmara, Rodrigo Maia, é que tudo isso seja feito ainda nesta sexta-feira, 12. Os esforços se concentram em concluir o processo até 18 de julho, quando começa o recesso parlamentar dos congressistas. Maia já afirmou, no entanto, que o cenário ideal é que a sessão de hoje seja suficiente para a vistoria de todos os destaques ㅡ mecanismo que propõe retificações ao projeto original ㅡ e votação da reforma da Previdência em segundo turno. “Sou otimista, vamos encerrar esse assunto nesta semana”, afirmou o deputado. 

Mesmo que a meta não seja atingida ainda essa semana, o que é possível devido ao volume de trabalho que ainda precisa ser feito, em linhas gerais, os últimos dias foram os mais produtivos para a reforma, o que animou o mercado. Embora a bolsa tenha fechado o dia de ontem em queda de 0,63%, nos cinco dias anteriores o índice Ibovespa terminou o pregão em alta, o que reflete o bom humor dos investidores. 

Na última quarta-feira, em uma vitória para o governo, o texto base da previdência foi aprovado com boa margem no primeiro turno de votação na câmara. Dos 308 votos que eram necessários, a base governista obteve 379 favoráveis e 131 contrários as mudanças. Mesmo assim, uma pedra continua no sapato da reforma: os destaques que podem desidratá-la.

O grande receio do governo é que os destaques enxuguem o poder de economia do projeto, previsto inicialmente em 940 bilhões de reais em 10 anos. Ontem, por 445 votos a favor, deputados reduziram o tempo mínimo de contribuição para homens, de 20 para 15 anos. Por 344 votos, aprovaram que mulheres consigam 100% da aposentadoria com 35 anos de serviço, e não com 40, como previsto no texto original. A sessão foi até as 2h, e deve ser retomada às 11h desta sexta-feira.

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