Economia

Câmara aprova urgência de PL de pacote de gastos com gatilhos para arcabouço e bloqueio de emendas

Parlamentares ainda vão acelerar tramitação de projeto sobre salário mínimo e BPC

Câmara aprova urgência de pacote de cortes de gastos com foco em arcabouço fiscal e bloqueio de emendas parlamentares (Pedro França/Agência Senado)

Câmara aprova urgência de pacote de cortes de gastos com foco em arcabouço fiscal e bloqueio de emendas parlamentares (Pedro França/Agência Senado)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 4 de dezembro de 2024 às 22h09.

Última atualização em 4 de dezembro de 2024 às 22h09.

Tudo sobreNovo arcabouço fiscal
Saiba mais

A Câmara dos Deputados aprovou a urgência para a tramitação do projeto de lei complementar que estabelece gatilhos fiscais no arcabouço fiscal e permite o bloqueio de emendas parlamentares, parte do pacote de cortes de gastos proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O projeto visa reorganizar as contas públicas e foi acelerado para evitar a passagem por comissões temáticas, sendo agora votado diretamente no plenário.

Mais cedo, também foi aprovada a aceleração da tramitação do projeto que limita o crescimento real do salário mínimo ao máximo permitido pelo arcabouço fiscal, com um teto de 2,5% ao ano.

A aprovação da urgência garante que a proposta seja debatida e votada rapidamente, sem precisar passar pelas comissões. No entanto, uma reunião de líderes ocorrida no início da noite não conseguiu chegar a um acordo sobre a nomeação do relator do projeto, nem sobre o compromisso com o mérito do texto.

O PLP (Projeto de Lei Complementar) reintroduz a possibilidade de bloqueio de emendas parlamentares na mesma proporção de outras despesas discricionárias (não obrigatórias) do Poder Executivo. Essa medida havia sido incluída anteriormente no projeto que ampliava a rastreabilidade das verbas de emendas, mas foi retirada em votação final na Câmara.

Agora, o Ministério da Fazenda reinclui o termo "bloqueio de emendas" na proposta que visa reequilibrar as finanças do governo e ampliar a margem de corte pelo Executivo.

Medidas Restritivas e Uso de recursos excedentes

Além do bloqueio de emendas, o projeto proíbe a concessão, ampliação ou prorrogação de incentivos ou benefícios tributários em casos de déficit público. Também veda o aumento de despesas com pessoal acima de 0,6% real ao ano, caso haja redução nominal das despesas não obrigatórias.

Uma das propostas mais polêmicas é a utilização de recursos excedentes de oito fundos nacionais para aliviar a dívida pública até 2030. De acordo com dados do Tesouro Nacional de 2023, esses fundos fecharam o ano com um superávit de R$ 45 bilhões. Os fundos que poderão ter seus recursos desviados de sua finalidade são:

  • Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD)
  • Fundo Nacional Antidrogas (Funad)
  • Fundo da Marinha Mercante (FMM)
  • Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC)
  • Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (FUNSET)
  • Fundo do Exército
  • Fundo Aeronáutico
  • Fundo Naval

 

Acompanhe tudo sobre:Novo arcabouço fiscalCâmara dos Deputados

Mais de Economia

“Não basta pacote estar na direção certa, tem de chegar ao destino de interromper alta da dívida”

Governo anuncia nova liberação de emendas e total é de R$ 7,7 bilhões até esta sexta

Câmara deve iniciar votação da Reforma Tributária na segunda-feira

China registra crescimento de 7,7% nos empréstimos e depósitos em moeda local até novembro de 2024