Economia

Caixa não descarta novas emissões externas este ano

O banco deve voltar a acessar o mercado para novas emissões caso apareça uma janela boa


	Caixa: os investidores estão com interesse nos papéis brasileiros
 (Tânia Rêgo/ABr)

Caixa: os investidores estão com interesse nos papéis brasileiros (Tânia Rêgo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2014 às 14h19.

São Paulo - A Caixa Econômica Federal olha sistematicamente o mercado para novas emissões externas e deve voltar a acessá-lo este ano caso apareça uma janela boa, segundo Márcio Percival, vice-presidente de Finanças e Controladoria do banco.

"Estamos observando o mercado internacional. O Brasil está num bom momento e os investidores estão com interesse nos papéis brasileiros", avaliou ele, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Como exemplo do apetite dos investidores pelos papéis de emissores brasileiros, o executivo citou a última e terceira emissão externa feita pela Caixa no início deste mês.

A operação teve demanda de US$ 6,5 bilhões e fez o banco ampliar a emissão de papéis para além do montante inicialmente pensado, que variava entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão, para US$ 1,3 bilhão. A taxa foi de 4,25% ao ano.

Sobre possíveis praças para uma nova emissão externa, Percival disse que há liquidez nos Estados Unidos, Ásia e Europa para ofertar títulos da Caixa.

"Tivemos boa receptividade na África e América do Sul na última emissão que fizemos. Faz sentido se aproximar desses mercados", afirmou Percival, acrescentando que a Caixa tem feito um trabalho de aproximação dos investidores.

O saldo das captações da Caixa no exterior, envolvendo emissões e linhas de crédito, somou R$ 9,3 bilhões no final do primeiro trimestre, crescimento de 156,9% em 12 meses.

Segundo Percival, o banco já levantou mais de R$ 25 bilhões para composição do seu funding em 2014, cujo foco é financiar operações de infraestrutura, habitacionais e consignadas (com desconto em folha).

O executivo afirmou ainda que a Caixa está tranquila do ponto de vista de capital a despeito de o governo já ter sinalizado que não vai fazer novos aportes no banco.

Ao final de março, o índice de Basileia da instituição, que mede o quanto os bancos podem emprestar sem comprometer o seu capital, estava em 13,7%. O indicador ficou acima do mínimo exigido pelo Banco Central, de 11%.

Em relação às novas regras de capital, as chamadas Basileia III e que começaram a ser implementadas em outubro último no Brasil, o vice-presidente da Caixa disse que o banco está preparado para a transição. De acordo com ele, em capital de nível 1, ou seja, de melhor qualidade, cujo mínimo é de 5,5%, o banco tem 11,3%.

Já no capital principal, no qual o mínimo exigido é de 4,5%, a Caixa está com 6,6%.

Percival informou que esse indicador vai aumentar porque nos próximos meses a instituição deve passar a reconhecer mais Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCD), elegíveis a compor o capital principal em Basileia III, como patrimônio líquido, que foi a R$ 34,7 bilhões no primeiro trimestre. No período, o banco reconheceu R$ 8 bilhões em IHCD.

No entanto, essa incorporação, conforme Percival, impacta no retorno sobre o patrimônio líquido do banco (ROE). No primeiro trimestre, o indicador ficou em 23,5% ante 26,2% visto ao final do trimestre imediatamente anterior e 25,2% em um ano.

A Caixa encerrou o primeiro trimestre com uma rede de 68,1 mil pontos de atendimento, nos quais foram realizadas cerca de 1,7 bilhão de transações bancárias.

O banco soma 4,1 mil agências e postos de atendimento, 33,7 mil correspondentes e lotéricos e 30,3 mil máquinas distribuídas nos postos e salas de autoatendimento, além de duas agências-barco e 18 caminhões-agência.

Ao final do trimestre, a Caixa contava com 99,3 mil empregados concursados e 15,5 mil estagiários e aprendizes.

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