Caixa: fonte próxima ao banco garante que elevação não é fruto de orientações da nova equipe econômica (Andrevruas/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 15 de janeiro de 2015 às 15h57.
São Paulo - A Caixa Econômica Federal confirmou que elevou os juros efetivos no financiamento imobiliário de imóveis residenciais em até 0,50 ponto porcentual nas linhas do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), para imóveis de até R$ 750 mil e que têm como funding (fonte de recursos) principal a poupança.
Já para os imóveis de mais de R$ 750 mil, financiados via Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), o juro vai aumentar em no máximo 1,80 ponto porcentual.
As novas taxas começam a valer, conforme antecipado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a partir da próxima segunda-feira, 19.
O aumento de juros na maioria das linhas de financiamento imobiliário reflete, conforme confirmou a Caixa, a taxa de juros básicos (Selic) maior.
O banco informou ainda que as taxas de juros dos financiamentos habitacionais contratados com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida e do FGTS não sofrerão qualquer correção.
O maior aumento de juro promovido pela Caixa no âmbito do SFH ocorreu na linha voltada a servidores que, além de terem relacionamento com a Caixa, recebem seu salário pelo banco.
O juro passou de 8,00% para 8,50%. Já no SFI, subiu de 8,80% para 10,20%.
Apesar das elevações, a modalidade servidor (relacionamento + salário) segue com o juro mais atrativo praticado pela Caixa.
Já no caso do SFI, as taxas de balcão foram as que mais subiram, passando de 9,20% para 11,00%.
No SFH, essa modalidade foi mantida em 9,15%. Os novos juros cobrados nos financiamentos habitacionais da Caixa foram comunicados aos gerentes na semana passada e, imediatamente, já começaram a ser informados aos clientes.
Uma fonte próxima ao banco garante que a elevação não é fruto de orientações da nova equipe econômica, comandada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que tem defendido redução dos benefícios concedidos pelo governo.
A Caixa, ao lado do Banco do Brasil, liderou o movimento de redução dos juros em 2012, pressionando as instituições privadas a fazerem o mesmo.
Esse caminho, porém, teve de ser alterado com o aumento da Selic para controlar a inflação. Hoje, a taxa Selic, que chegou à mínima histórica de 7,25% em 2012, está em 11,75%.
Líder no segmento, com participação de mercado de 67,6%, a Caixa encerrou setembro último com saldo de R$ 320,628 bilhões no crédito imobiliário, aumento de 26,1% em um ano e de 5,6% ante junho.
Em outubro do ano passado, o diretor executivo de Habitação da Caixa, Teotônio Rezende, havia antecipado, em entrevista ao Broadcast, a possibilidade de o banco elevar os juros nos financiamentos habitacionais.
"Não estamos pensando nisso. Mas se houvesse algum movimento, seria para cima. Até 0,5 ponto porcentual para cima. Não há espaço para uma subida brusca", afirmou ele, na ocasião.
Além de taxas mais elevadas, os consumidores que escolherem a Caixa para financiar o seu imóvel residencial também terão novidades quanto ao uso de renda informal, sem origem comprovada da fonte pagadora, para obter o crédito.
Agora, o banco vai passar a exigir um valor máximo que, segundo fonte, será de até R$ 2 mil por pessoa.
Geralmente, os clientes comprovam sua renda via holerite, extratos bancários e utilizam a renda informal para complementá-la.
Com a limitação, a renda total admitida para a concessão de crédito tende a reduzir, consequentemente, o valor máximo de financiamento.