Paulo Guedes: "Dissemos que íamos 'despedalar' os bancos públicos durante a campanha e resgatar o que se convencionou chamar de contabilidade criativa". (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Ligia Tuon
Publicado em 12 de junho de 2019 às 11h34.
Última atualização em 12 de junho de 2019 às 15h30.
São Paulo - A Caixa Econômica Federal anunciou a devolução de 3 bilhões de reais à União no fim da manhã desta quarta-feira, 12. O anúncio foi feito em coletiva à imprensa pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo presidente da instituição, Pedro Guimarães. O montante será usado, segundo Guedes, para abater os juros da dívida pública.
"Dissemos que íamos 'despedalar' os bancos públicos durante a campanha e resgatar o que se convencionou chamar de contabilidade criativa. Nossa responsabilidade é devolver esses recursos para a União e garantir que abatam a dívida pública", disse Guedes durante a coletiva.
Segundo o ministro, essa é a primeira vez que recursos devolvidos de bancos públicos serão usados para abater os juros da dívida. "Se Previdência é o buraco negro maior dos gastos, os juros da dívida vêm em segundo lugar. O Brasil constrói uma Europa por ano sem sair da pobreza. Dinheiro que poderia estar sendo usando em saúde, educação", diz.
O anúncio de hoje envolve a primeira parcela de um empréstimo R$ 43,2 bilhões feito pelo Tesouro Nacional ao banco durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
Segundo Guimarães, ao longo do ano, mais 17 bilhões de reais serão enviados de volta os cofres públicos, totalizando 20 bilhões de reais em devoluções. O montante ainda precisa da autorização do BC para sair da Caixa.
Esse dinheiro que volta para resgatar a dívida pública, de acordo com Guedes, vai "desestatizando gradativamente o mercado de crédito", no qual a participação dos bancos públicos chegou a 60%.
Outros bancos estatais devem seguir o movimento da Caixa na devolução dos chamados os chamados Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCD).
A expectativa do governo é receber no total 89 bilhões de reais de Caixa, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Banco Nacional do Nordeste (BNB) e Banco da Amazônia (Basa).