Indústria: a obtenção de crédito e a dificuldade de contratação de mão de obra também desestimulam os investimentos e preocupam os empresários. (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de janeiro de 2013 às 12h36.
Brasília – Em 2013, 85,4% das empresas industriais pretendem realizar investimentos, segundo informou há pouco a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O percentual é o menor dos últimos quatro anos, quando a pesquisa foi iniciada. No ano passado, 86,6% das empresas planejavam investir naquele período. Em 2011, o índice alcançou 92% das intenções.
Segundo a CNI, os dois principais riscos para a decisão de investimento em 2013 continuam sendo “a incerteza econômica e a reavaliação da demanda ou ociosidade elevada”. Mesmo com a continuidade do cenário de instabilidade, os fatores sofreram queda em relação a 2012. Os índices caíram de 75,7% para 61% e 51,6% para 42,4%, respectivamente.
A sondagem revela ainda que a obtenção de crédito e a dificuldade de contratação de mão de obra também desestimulam os investimentos e preocupam os empresários. Segundo a pesquisa, os percentuais subiram de 18,3% para 23,6% e 19,8% para 22,7%, respectivamente.
De acordo com a entidade, grande maioria das empresas que pretendem investir em 2013 (60%) “o fará prioritariamente na continuação de projetos já em andamento”. Além disso, “outros 40% pretendem direcionar os recursos em novos projetos, percentuais praticamente iguais aos apurados nas intenções de 2012”.
Segundo a CNI, a participação dos investimentos previstos para atender ao mercado externo é o menor dos últimos dez anos. Na pesquisa, 80,6% das empresas que pretendem investir em 2013, “têm como objetivo somente ou principalmente o mercado doméstico”. Apenas 4,7% das empresas têm como foco o mercado externo.
Apesar da intenção de investimentos de 86,6% para 2012, apenas 80,2% foram efetivados. A pesquisa da CNI aponta que apenas metade (50,3%) das empresas executou o investimento como planejado. Do total, 45,5% efetuou parcialmente o planejamento e 4,2% adiaram ou cancelaram os investimentos para o ano passado.
Na avaliação do gerente executivo de política econômica da CNI, Flavio Castelo Branco, a continuidade da instabilidade econômica mundial refletiu na dificuldade das empresas em cumprir os investimentos planejados em 2012. “Foi um ano sem crescimento. Foi difícil paras as empresas realizarem projetos como planejado”, disse.
O levantamento da CNI foi feito entre os dias 25 de outubro e 30 de novembro. Ao todo, 584 empresas de pequeno, médio e grande porte foram consultadas.