André Esteves do BTG Pactual: prisão do presidente pressionou o grupo a cortar gastos para manter liquidez (Nacho Doce/ Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2016 às 21h46.
O Grupo BTG Pactual, banco de investimento brasileiro que busca manter sua liquidez após a prisão de seu fundador, está planejando anunciar mais cortes de empregos, desta vez em Londres e alguns países da América Latina excluindo o Brasil, disseram pessoas com conhecimento do assunto.
O banco com sede em São Paulo, que demitiu 305 dos seus 1.653 funcionários no Brasil e fez cortes no escritório de Nova York em 28 de janeiro, vai reduzir o bônus a ser pago a executivos este ano e vai fazer o pagamento em duas parcelas: 30 por cento em fevereiro e 70 por cento em novembro, disseram as pessoas, que pediram para não ser identificadas porque a decisão não é pública.
Os bônus, com base em resultados de 2015, geralmente são pagos em fevereiro. O banco vai manter o pagamento 100 por cento em dinheiro, disse uma das pessoas. Os anúncios dos cortes de empregos e mudanças nos pagamentos de bônus podem ser feito em 22 de fevereiro, algumas das pessoas disseram.
O BTG se recusou a comentar.
O banco precisa reduzir sua força de trabalho para permanecer rentável com a economia do Brasil desacelerando e depois da prisão do ex-presidente, André Esteves, em novembro, em conexão com um escândalo de corrupção.
Os cortes anunciados em 28 de janeiro tiveram objetivo de reduzir as despesas em 25 por cento, disse o BTG em um comunicado.
O BTG também vendeu ativos e garantiu uma linha de crédito do fundo garantidor de crédito.
Esteves, que foi transferido para prisão domiciliar em dezembro, negou qualquer irregularidade através de seus advogados. O BTG disse que não faz parte da investigação.
O banco tinha um total de 5.378 funcionários em dezembro, de acordo com suas demonstrações financeiras não-auditadas.
Mantendo empresas
O BTG tem a intenção de manter negócios-chave que estão entre os mais rentáveis, disse Pérsio Arida, chairman da empresa, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, em janeiro.
Entre os negócios que devem ser mantidos estão commodities, gestão de ativos e de fortuna, banco de investimento, sales & trading e corretora.
O BTG está em negociações para vender o banco suíço BSI para EFG International, disse em janeiro uma pessoa com conhecimento do assunto.
"A situação se estabilizou, mas nós queremos estar em uma posição muito confortável já que leva algum tempo para recuperar os níveis de confiança que as contrapartes tinham antes", disse Arida em Davos.