Economia

BTG Pactual revisa projeções e previsão para o PIB de 2024 passa de 2% para 2,3%

Dinâmica acelarada da economia brasileira, antecipação no pagamento de precatórios, geração de empregos e mais crédito para famílias justificam revisão

 (BTG Pactual)

(BTG Pactual)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 15 de março de 2024 às 18h52.

Última atualização em 15 de março de 2024 às 19h08.

A surpresa positiva dos setores de serviços e do comércio, além da forte geração de empregos em janeiro, levaram o banco BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME) a aumentar as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. A instituição financeira revisou de 0,3% para 0,5% o crescimento do primeiro trimestre. Além disso, elevou de 2% para 2,3% a previsão para o crescimento econômico do ano.

Em relatório, o economista Bruno Martins, do BTG, afirmou que, de forma conservadora, a previsão inicial distribuía o efeito do pagamento antecipado de precatórios sobre o consumo de forma linear ao longo de 2024. A ideia era ajustar essa trajetória conforme os dados indicassem uma dinâmica incomum no consumo.

Com isso, parte da revisão para o PIB do primeiro trimestre reflete um maior efeito dos pagamentos de precatórios, sem grande mudança sobre a projeção para o ano, afirmou Martins. Surpresas positivas no crédito para as famílias também estão nessa conta.

“Dados acima do esperado indicam uma aceleração do crédito para as famílias já no primeiro trimestre, mais rápido do que imaginávamos, contribuindo para uma expansão mais forte do consumo no ano, especialmente nos bens cíclicos”, disse.

Por fim, a geração de empregos formais em janeiro foi considera por ele como “impressionante” e consolida a visão de que o mercado de trabalho continuará forte em 2024, sustentando o crescimento do consumo das famílias. Entretanto, o executivo também apontou alguns riscos.

“Continuamos vendo riscos para a dinâmica do consumo das famílias devido ao forte crescimento da taxa de poupança ao longo do segundo semestre de 2023, movimento que temos dificuldade de justificar por fatores puramente econômicos. Os números abaixo do esperado nos serviços prestados às famílias em janeiro, apesar do crescimento ainda forte na média de três meses, reforçam essa cautela.”, disse.

Acompanhe tudo sobre:PIBBTG PactualEmpregos

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo