Economia

Brics veem implementação de acordo de Bali apesar de Índia

Grupo está confiante de que um pacto de reforma do comércio mundial será implementado apesar das preocupações da Índia sobre sua segurança alimentar


	Mauro Borges: "estamos confiantes de que o acordo de Bali vai ser implementado por todos"
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Mauro Borges: "estamos confiantes de que o acordo de Bali vai ser implementado por todos" (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2014 às 09h38.

Fortaleza - O grupo de países emergentes Brics está confiante de que um pacto de reforma do comércio mundial será implementado apesar das preocupações da Índia sobre sua segurança alimentar, disse o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Mauro Borges, na segunda-feira.

"Estamos confiantes de que o acordo de Bali vai ser implementado por todos", afirmou Borges a repórteres após uma reunião ministerial antes da cúpula anual dos Brics.

O acordo firmado em dezembro em Bali para diminuir as barreiras comerciais foi o primeiro acordo global da Organização Mundial do Comércio desde que foi criada em 1995 e reavivou as conversações globais após o fracasso da Rodada de Doha.

Mas a Índia criticou o pacto por colocar a ajuda ao comércio antes de um compromisso sobre subsídios agrícolas, uma questão crucial para um país que precisa estocar alimentos para seus pobres.

Essa discordância sobre subsídios levantou temores de o país asiático não ratificar o pacto alcançado em Bali e inviabilizar o mais recente esforço para liberar até 1 trilhão de dólares em fluxos comerciais globais.

Borges disse que a preocupação da Índia sobre a sobrevivência de sua agricultura familiar, da qual dependem milhões, é muito compreensível, mas ele disse que não seria um "ultimato" contra a implementação do acordo de Bali até a data limite de 31 de julho.

O ministro do Comércio da África do Sul, Rob Davies, disse que seu país não teve dificuldade em implementar as medidas de facilitação do comércio, mas ressaltou que elas devem ser equilibradas por ações complementares para ajudar a agricultura em países em desenvolvimento mais pobres.

"Houve uma percepção de muitos países em desenvolvimento de que há uma marcha inexorável para a implementação da facilitação do comércio, mas o resto foi deixado para trás", disse ele.

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