A presidente Dilma Rousseff ao lado dos outros líderes dos Brics - Brasil, Rússsia, Índia, China e África do Sul (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)
Da Redação
Publicado em 29 de março de 2012 às 12h00.
Nova Délhi - Uma solução duradoura para os conflitos da Síria e a polêmica internacional sobre o programa nuclear iraniano devem ser baseada no diálogo, afirmou o primeiro-ministro indiano Manmohan Singh, na declaração final da IV Reunião de Cúpula dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), celebrada em Nova Délhi.
"Concordamos que uma solução duradoura para Síria e Irã só pode ser alcançada por meio do diálogo", afirmou Singh em nome dos presidentes das potências emergentes.
No caso da Síria, os cinco países pedem no comunicado final do encontro "o fim imediato da violência e das violações dos direitos humanos" e a promoção do diálogo que "reflita as aspirações legítimas de todos os setores da sociedade síria", assim como o respeito de sua "independência, integridade territorial e soberania".
"Nosso objetivo é facilitar um processo político inclusivo liderado pelos sírios", afirma o texto, no qual os BRICs manifestam apoio aos esforços conjuntos da ONU e da Liga Árabe com este objetivo.
"Estimulamos o governo sírio e a todos os setores da sociedade síria que demonstrem desejo político de iniciar um processo assim, o único que pode criar um novo entorno para a paz", afirma o comunicado.
Sobre o Irã, os BRICs afirmam que não é possível permitir uma escalada do conflito, pois as "consequências desastrosas" não beneficiariam ninguém.
Depois de reconhecer "o direito do Irã ao uso de energia nuclear com fins pacíficos" que respeite as obrigações internacionais, defendem uma solução por meios políticos e diplomáticos, assim como o diálogo entre as partes envolvidas, incluindo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e Teerã, "em conformidade com as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança das Nações.
No campo econômico, os BRICs não fecharam acordo sobre o apoio a um candidato para presidir o Banco Mundial.
No comunicado final, os cinco países se limitaram a saudar as candidaturas do "mundo em desenvolvimento", mas reiteraram que a escolha dos chefes do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional deve acontecer com base nos méritos dos aspirantes.
Três candidatos disputam a sucessão do americano Robert Zoellick à frente do Banco Mundial: a ministra das Finanças da Nigéria, Ngozi Okonjo-Iweala, o médico e antropólogo americano de origem coreana Jim Yong Kim, presidente de Dartmouth College, e o colombiano José Antonio Ocampo, professor na Universidade de Columbia.