O gabinete presidencial brasileiro confirmou que Dilma falou ao telefone com Xi, mas recusou-se a comentar sobre o conteúdo da discussão (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2013 às 22h04.
Brasília - Grandes economias emergentes estão prestando bastante atenção a "novos e complexos" desdobramentos nos mercados financeiros globais e almejam coordenar de forma mais próxima suas políticas macroeconômicas, disse à Reuters uma fonte diplomática com conhecimento do assunto nesta segunda-feira.
A presidente Dilma Rousseff e seu equivalente chinês, Xi Jinping, discutiram nesta segunda-feira maneiras de fortalecer a coordenação política em uma conversa ao telefone, disse a autoridade, que pediu para não ser identificada.
Ambos os países, assim como seus parceiros no grupo Brics--que também inclui Rússia, Índia e África do Sul-- querem que os países-membro do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo, avancem com seus compromissos de proteger a estabilidade financeira global, disse a autoridade.
A fonte não ofereceu detalhes sobre quaisquer medidas concretas que podem ser tomadas, mas as discussões de alto escalão sinalizam que importantes países em desenvolvimento estão cada vez mais preocupados com a eventual retirada das medidas de estímulo dos Estados Unidos, que já têm levado investidores a abandonar seus mercados.
O gabinete presidencial brasileiro confirmou que Dilma falou ao telefone com Xi, mas recusou-se a comentar sobre o conteúdo da discussão.
O jornal Valor Econômico noticiou nesta segunda-feira que Dilma planejava conversar com Xi e com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para propor que países de mercados emergentes usem seus bancos centrais para agir de forma conjunta para mitigar o impacto da valorização do dólar.
Expectativas de que o Federal Reserve, banco central dos EUA, reduza seus programas de compra de bônus impulsionaram o dólar a máximas em quatro anos frente ao real, levando o governo a remover controles de capital em esforços para atrair mais dólares.
A forte depreciação do real levantou preocupações sobre o risco para companhias locais com grandes dívidas denominadas em dólares. Uma moeda mais fraca também pode alimentar a já alta inflação no Brasil ao elevar o preço de produtos importados.