Brics: quanto a banco, há discordância prolongada sobre o financiamento e a gestão da instituição (AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2013 às 17h36.
Moscou/Brasília - O bloco dos Brics de grandes economias emergentes concordou com a estrutura de um banco de desenvolvimento proposto, com 50 bilhões de dólares em capital, mas a resolução de detalhes "difíceis" pode levar meses, disse o vice-ministro das Finanças russo, Sergei Storchak.
Autoridades de Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul concordaram em agosto que o capital do banco deve vir de três categorias de pagamento, incluindo assinaturas, afirmou Storchak aos jornalistas.
O processo de criação do banco de desenvolvimento destinado a fornecer fundos para projetos de infraestrutura tem sido lento, com discordância prolongada sobre o financiamento e a gestão da instituição.
"Devemos assumir que o banco não vai começar a funcionar tão rápido quanto se poderia imaginar", disse Storchak. "Vai levar meses, talvez um ano." Na cúpula do G20 de países desenvolvidos e em desenvolvimento nesta semana, em São Petersburgo, na Rússia, os líderes dos Brics vão se reunir em um formato não-oficial, afirmou Storchak, para discutir o progresso da criação do banco e de um fundo de reserva comum.
As questões de divisão do capital, o pagamento do capital, a localização do banco e administração do banco ainda precisam ser decididas, Storchak acrescentou.
"Estes são temas sistêmicos, complicados, (e) as negociações são difíceis", declarou ele, acrescentando que espera que algumas decisões sejam tomadas em breve.
O grupo tem se esforçado para tomar uma ação coordenada após um êxodo de capitais do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Um funcionário do governo brasileiro envolvido diretamente nas negociações sobre o banco de desenvolvimento dos Brics disse que os integrantes do grupo ainda estão discutindo o quanto cada país vai dispor.
Ele disse que o Brasil apoia a ideia de que cada país contribua com 10 bilhões de dólares para o novo banco.
"Há alguns países que querem uma estrutura diferente", afirmou a autoridade, que pediu anonimato porque não estava autorizado a falar publicamente sobre o assunto. "Não vai ser uma negociação fácil."