Fortaleza - A criação do Banco de Desenvolvimento e do Fundo de Reservas dos BRICS, como alternativas ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), marcaram nesta terça-feira o início de "um novo ciclo" no cenário econômico financeiro mundial impulsionado pelas cinco grandes potências emergentes.
Os presidentes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul formalizaram durante a sexta cúpula do grupo, realizada nesta terça-feira na cidade de Fortaleza, o nascimento dos mecanismos econômicos com os quais os cinco países buscam equilibrar a influência do Ocidente na ordem financeira global.
O chamado Novo Banco de Desenvolvimento, cuja sede ficará na cidade chinesa de Xangai, contará com um capital inicial assinado e desembolsado de US$ 50 bilhões, dos quais cada sócio fornecerá uma quinta parte, embora já tenha sido autorizada uma ampliação até US$ 100 bilhões.
A Índia ocupará a primeira presidência rotativa da entidade por ser o país que propôs a criação deste organismo e depois será assumida por Brasil, Rússia, África do Sul e China, nessa ordem.
O principal responsável do Conselho de Governadores será designado pela Rússia, enquanto a cabeça do Conselho de Diretores será proposta pelo Brasil. Ambos postos serão rotativos.
"O banco representará uma alternativa para as necessidades de financiamento dos países em desenvolvimento" e "compensará as deficiências de crédito" que existem atualmente nas instituições financeiras multinacionais, segundo a presidente Dilma Rousseff, durante a primeira sessão plenária da cúpula.
O Acordo de Reservas de Contingência (CRA, na sigla em inglês) estará dotado com US$ 100 bilhões e "ajudará a que os países evitem problemas de pressão (pela falta) de liquidez de curto prazo".
Apesar de em sua declaração conjunta os BRICS terem criticado o FMI e o Banco Mundial, Dilma afirmou que tanto o Novo Banco de Desenvolvimento como o Fundo de Reservas não "nascem contra ninguém, mas a favor de nós mesmos".
Os BRICS expressaram seu "desacordo" e "séria preocupação" com o fato de que o FMI não tenha implementado as reformas estipuladas em 2010 e pediu ao Banco Mundial "estruturas de governo mais democráticas" e um "fortalecimento da capacidade financeira" da entidade.
"O processo de reforma do FMI deve levá-lo à modernização de sua estrutura de governança de modo que reflita melhor o peso crescente das economias emergentes no desenvolvimento da economia mundial", ressalta a chamada Declaração de Fortaleza.
O documento assinado pelos BRICS também repassou diversas questões do cenário político internacional, embora para isso tenha empregado diversos tons.
Passou pisando em ovos pelo conflito entre Ucrânia e Rússia (membro do grupo), se opôs à "contínua e expansiva construção de assentamentos judaicos nos territórios palestinos ocupados pelo governo israelense" e mostrou sua preocupação pelos confrontos de guerra civil em alguns países da África, assim como pelo "aumento da violência" na Síria.
Após a primeira sessão plenária da cúpula realizada em Fortaleza, os líderes das cinco economias emergentes se transferiram a Brasília, onde amanhã se reunirão com vários presidentes latino-americanos, a quem, entre outros assuntos, apresentarão as oportunidades oferecidas pelo banco de desenvolvimento criado pelo fórum.
Na declaração conjunta, os BRICS reconheceram a importância da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) "na promoção da democracia e da paz na região e na consecução de desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza".
"Renovamos nossa disposição para o aumento do compromisso com outros países, em particular com aqueles em desenvolvimento e com economias emergentes de mercado, assim como com organizações internacionais e regionais, tudo com vistas a aumentar a cooperação e a solidariedade em suas relações com todas as nações e os povos", indica o documento.
De acordo com o presidente da China, Xi Jinping, os acordos da 6ª Cúpula dos BRICS demonstraram que o grupo, formalizado em 2009, "fala com uma só voz".
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1. De olho no futuro
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São Paulo - Que países prometem registrar um crescimento significativo nas próximas décadas e atrair um alto volume de
investimento estrangeiro, tornando-se, assim, os "novos emergentes"? Como estão suas economias hoje em dia e quais os riscos que estas nações oferecem? Algumas apostas constam em relatório da equipe de pesquisa do Citigroup, que divulgou o estudo
"Chamada para a fronteira: a busca pela nova geração de mercados emergentes". O analista Andrew Howell destacou 15 países que são menos desenvolvidos que os emergentes sob a perspectiva financeira e econômica, mas que podem ampliar sua participação na economia global, da mesma forma que os
BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) fizeram nos últimos anos. Vale destacar que as nações que integram a lista do Citigroup são consideradas atualmente lugares de risco para investimentos por uma série de razões econômicas e políticas. Será que estes países vão superar suas dificuldades e conflitos em busca de expansão? Confira a lista e faça suas apostas!
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2. Argentina
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Taxa de Expansão do PIB no Longo Prazo: 4,1%
PIB Per Capita: US$ 10.675
PIB: US$ 435,2 bilhões
População: 40,8 milhões de habitantes
Taxa de Alfabetização (Adultos): 98% Pontos Positivos: Em comparação a outros países selecionados pelo Citi, a Argentina possui uma infraestrutura melhor e um bom desempenho no setor de agronegócio. O consumo doméstico tem impulsionado o crescimento da economia. Fatores de Risco: A inflação na Argentina é considerada alta e, com a fuga de capitais, a moeda local (peso argentino) tende a perder valor. As preocupações relacionadas à política afetaram recentemente o desempenho do mercado de ações. Maiores Empresas em Valor de Mercado: Tenaris, YPF, Telecom Argentina, Siderar-A, Molinos Rio de La Plata, Petrobras Argentina, Aluar Aluminio, Banco Macro, BBVA Banco Frances e Galicia.
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3. Bangladesh
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Taxa de Expansão do PIB no Longo Prazo: 7,5%
PIB Per Capita: US$ 764
PIB: US$ 115 bilhões
População: 150,5 milhões de habitantes
Taxa de Alfabetização (Adultos): 56% Pontos Positivos: O baixo desenvolvimento de Bangladesh é um bom ponto de partida para estimular o crescimento do país. A grande quantidade de jovens que necessitam de um emprego por lá tornam a mão de obra barata. Fatores de Risco: A oferta limitada de trabalho tem levado muitos habitantes de Bangladesh a buscarem trabalho no exterior. A falta de infraestrutura também prejudica a chegada de novas empresas ao país. Além disso, a ausência de uma regulação e de uma supervisão rigorosa do setor financeiro também é considerada um ponto negativo. Maiores Empresas em Valor de Mercado: Grameenphone, Titas Gas, National Bank, Square Pharmaceuticals, BAT Bangladesh, Lafarge Surma Cement, Prime Bank, BSRM Steels, United Commercial Bank e Summit Power.
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4. Egito
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Taxa de Expansão do PIB no Longo Prazo: 6,3%
PIB Per Capita: US$ 2.810
PIB: US$ 231,9 bilhões
População: 82,5 milhões
Taxa de Alfabetização (Adultos): 66% Pontos Positivos: O nível de educação da população do Egito é considerado alto em relação aos países vizinhos. A localização do país impulsiona os negócios nas áreas de energia, comércio, transporte e turismo. Fatores de Risco: A Primavera Árabe, que culminou no fim da ditadura de Hosni Mubarak, elevou as tensões no país. Muitos investidores estrangeiros retiraram seus investimentos por conta da onda de protestos promovidos pela população que, por sua vez, luta por reformas democráticas. O desemprego entre os jovens também é um grande problema que o governo do Egito deverá enfrentar. Maiores Empresas em Valor de Mercado: Orascom Construction, Telecom Egypt, Orascom Telecom, Commercial International Bank, Mobinil, National Societe General, Talaat Mostafa, Sidi Kerir Petrochemicals, Alexandria Mineral Oils e EFG-Hermes.
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5. Gana
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Taxa de Expansão do PIB no Longo Prazo: N/A
PIB Per Capita: US$ 1.546
PIB: US$ 38,6 bilhões
População: 25 milhões de habitantes
Taxa de Alfabetização (Adultos): 67% Pontos Positivos: O início da exploração de petróleo em Gana transformou o país no mais novo produtor de óleo no mundo. A nação é também rica em outras commodities, como cacau, ouro, diamante e manganês. Ao contrário de muitos países vizinhos, a democracia já é uma realidade em Gana. Fatores de Risco: Na visão do Citi, Gana deve evitar o risco de ser rica em recursos naturais e pobre em desenvolvimento econômico. Outro ponto negativo é o fato de que as últimas eleições no país foram seguidas por uma crise fiscal. Maiores Empresas em Valor de Mercado: Ecobank Transnational, Standard Chartered Ghana, Ecobank Ghana, Golden Star Resources, Ghana Commercial Bank, Unilever Ghana, Fan Milk, Total Petroleum Ghana, Guinness Ghana Breweries e PZ Cussons Ghana.
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6. Iraque
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Taxa de Expansão do PIB no Longo Prazo: 7,6%
PIB Per Capita: US$ 3.325
PIB: US$ 108,6 bilhões
População: 32,7 milhões de habitantes
Taxa de Alfabetização (Adultos): 78% Pontos Positivos: A expectativa é de que a produção de petróleo no Iraque terá um crescimento maior em relação a outros países produtores durante a próxima década. Fatores de Risco: A falta de segurança é considerada o principal ponto negativo do Iraque. A presença de tropas dos Estados Unidos eleva o risco de novas turbulências internas, ao mesmo tempo em que a retirada dos militares poderia gerar uma onda de violência na qual a polícia iraquiana ainda não está preparada para enfrentar.
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7. Quênia
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Taxa de Expansão do PIB no Longo Prazo: N/A
PIB Per Capita: US$ 868
PIB: US$ 36,1 bilhões
População: 41,6 milhões
Taxa de Alfabetização (Adultos): 87% Pontos Positivos: Depósitos de gás natural foram descobertos recentemente na fronteira do Quênia com a Etiópia. O setor de telecomunicações do país também está se desenvolvendo rapidamente. A nação ganha destaque como centro empresarial e de manufatura na região oriental da África. Fatores de Risco: As disputas étnicas ainda persistem no Quênia. Tropas militares do país realizaram intervenções na Somália. A inflação de 15% é considerada alta, principalmente por conta dos aumentos no custo dos alimentos após uma forte seca que afetou o Chifre da África (região nordeste do continente). Maiores Empresas em Valor de Mercado: East African Breweries, Safaricom, Equity Bank, Barclays Bank, Bamburi Cement, Standard Chartered, Co-Operative Bank of Kenya, Kenya Commercial Bank, Kenya Power & Lighting e BAT Kenya.
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8. Mongólia
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Taxa de Expansão do PIB no Longo Prazo: 6,9%
PIB Per Capita: US$ 3.127
PIB: US$ 8,8 bilhões
População: 2,8 milhões de habitantes
Taxa de Alfabetização (Adultos): 97% Pontos Positivos: A Mongólia é rica em recursos naturais, especialmente em cobre e carvão - minerais bastante consumidos pela vizinha China. O país tem uma população jovem e em crescimento. É grande entre os habitantes o hábito de poupar em comparação aos outros países citados pelo Citi. Fatores de Risco: O país deve evitar a maldição dos recursos naturais. A expressão, criada na década de 80, refere-se a relação negativa encontrada entre a posse de minerais, como é o caso da Mongólia, e as baixas taxas de crescimento económico.
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9. Paquistão
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Taxa de Expansão do PIB no Longo Prazo: 4,9%
PIB Per Capita: US$ 1.155
PIB: US$ 204,1 bilhões
População: 176,7 milhões
Taxa de Alfabetização (Adultos): 56% Pontos Positivos: O Paquistão tem uma população grande, jovem, diversificada e em pleno crescimento. Fatores de Risco: Os paquistaneses precisam elevar o nível educacional para impedir que a falta de capacidade e conhecimento afete a chegada de novas companhias ao país. Os riscos políticos e de segurança ainda permanecem elevados, sem previsão de melhoria. Maiores Empresas em Valor de Mercado: Oil & Gas Development, Pakistan Petroleum, Fauji Fertilizer, Nestle Pakistan, MCB Bank, Habib Bank, Pakistan Oilfields, Unilever Pakistan, United Bank e National Bank of Pakistan.
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10. Sri Lanka
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Taxa de Expansão do PIB no Longo Prazo: 6,6%
PIB Per Capita: US$ 2.795
PIB: US$ 58,8 bilhões
População: 21 milhões
Taxa de Alfabetização (Adultos): 91% Pontos Positivos: Após o fim do conflito entre o grupo terrorista LTTE e o governo local, os investimentos estrangeiros no Sri Lanka tiveram um forte aumento. O país já se tornou grande exportador de produtos têxteis e agrícolas. Fatores de Risco: A legislação que permite ao Estado comprar ativos que já foram vendidos anteriormente com desconto pode afetar a entrada de capital estrangeiro no país. Maiores Empresas em Valor de Mercado: John Keells Holding, Carson Cumberbath & Co, Bukit Darah, Sri Lanka Telecom, Commercial Bank of Ceylon, Ceylon Tobacco Co, Dialog Axiata, Hatton National Bank, Nestle Lanka e Aitken Spence & Co.
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11. Venezuela
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Taxa de Expansão do PIB no Longo Prazo: 4,3%
PIB Per Capita: US$ 10.525
PIB: US$ 309,8 bilhões
População: 29,4 milhões
Taxa de Alfabetização (Adultos): 95% Pontos Positivos: A Venezuela possui uma das maiores reservas de petróleo do mundo e é atualmente uma grande exportadora da commodity. Fatores de Risco: Metade das receitas do governo dependem das exportações de petróleo e, por conta disso, a economia sofre fortemente com as oscilações nos preços do óleo. A decisão do presidente Hugo Chávez de nacionalizar companhias cimenteiras, petrolíferas, siderúrgicas e até supermercados provocou uma forte queda nos investimentos estrangeiros destinados à nação. Maiores Empresas em Valor de Mercado: CIA Anonima NACL, Banco Provincial, Mercantil Servicios Financieros A, Mercantil Servicios Financieros B, La Eletricidad de Caracas, Manufacturas ae Papel, Banco Nacional de Crédito, Fondos de Valores Inmobiliarios B, Corimon S.A.C.A.A e Siderurgica Venez Sivensa.