Brexit: histórico divórcio iniciado pelo voto de quinta-feira na Grã-Bretanha provavelmente adiará ainda mais o progresso das negociações (Neil Hall / Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2016 às 16h55.
Washington - A saída do Reino Unido da União Europeia é mais um grande revés nas negociações para um grande acordo de livre comércio entre a UE e os Estados Unidos, que já havia vinha sofrendo por diferenças profundas e pelo crescente sentimento anticomércio nos dois lados do Atlântico.
O histórico divórcio iniciado pelo voto de quinta-feira na Grã-Bretanha provavelmente adiará ainda mais o progresso das negociações da Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP, na sigla em inglês), à medida que os 27 Estados remanescentes na UE discutem seu próprio relacionamento com o Reino Unido, disseram especialistas em comércio nesta sexta-feira.
Com autoridades da França e Alemanha demonstrando cada vez mais ceticismo quanto às chances de sucesso da TTIP, a saída do Reino Unido do bloco pode afundar as esperanças de se chegar a um acordo antes de o presidente dos EUA, Barack Obama, deixar o cargo em janeiro.
O representante de comércio dos EUA, Michael Froman, disse em comunicado nesta sexta-feira que estava avaliando o impacto da decisão do Reino Unido na TTIP, mas que se manteria empenhado tanto com a parte europeia quanto a britânica.
"A importância do comércio e do investimento é indiscutível nas nossas relações com a União Europeia e o Reino Unido", disse Froman. "A justificativa econômica e estratégica para a TTPI permanece forte."
Negociadores da TTIP ainda devem se encontrar em Bruxelas em meados de julho conforme planejado, mas as conversas vão focar assuntos menos controversos, enquanto os temas mais espinhosos serão deixados para os líderes dos EUA e da UE resolverem. Ainda não está claro quando o Reino Unido dará início às negociações formais da separação, o que deve levar ao menos dois anos.